São Paulo, quarta-feira, 16 de novembro de 1994
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Tiroteio em favela do Rio faz 2 feridos

RONI LIMA
DA SUCURSAL DO RIO

Um destacamento do Exército foi chamado por volta das 12h de ontem para reforçar o patrulhamento das eleições em um colégio em Acari (zona norte do Rio), após tiroteio entre dois supostos grupos rivais de traficantes.
Um homem ficou gravemente ferido, outro acabou preso e um terceiro –que estaria passando pelo local– levou um tiro na coxa esquerda.
Os soldados do Exército não chegaram a disparar nenhum tiro durante o incidente.
Segundo moradores, se enfrentaram dois grupos rivais das favelas de Acari e Beira-Rio. Vários tiros foram disparados.
Até a hora do tiroteio participavam do esquema de segurança no local de votação três soldados do Exército, além de um pequeno grupo de PMs. Foi pedido reforço e chegaram dois caminhões do Exército ao local.
A reportagem da Folha contou sete soldados dando guarda dentro da escola e em seu entorno. O sargento que comandava a operação não quis dar entrevista.
Segundo um policial-militar que não quis se identificar, os soldados do Exército pediram reforço porque acreditaram que o tiroteio fora encenado pelos criminosos. Para eles, a intenção dos supostos traficantes era a de tomar o armamento em posse dos soldados.
No tiroteio, Edson Braz de Oliveira Júnior, 27, levou sete ou oito tiros de pistola calibre 9 mm, em várias partes do corpo. Operado no hospital estadual Getúlio Vargas, na Penha (zona norte), seu estado era considerado crítico no final da tarde.
Segundo a PM, Oliveira Júnior acusou Wagner do Nascimento Silva, 24, de ser o autor dos disparos. Preso na 39ª DP (Delegacia de Polícia), na Pavuna, Silva foi apontado por PMs como traficante de drogas.
Morador das redondezas do colégio, Fernando da Conceição Silva, 34, foi ferido com um tiro de pistola 9 mm na coxa esquerda. Ele passava pelo local dos tiros na direção de sua carroça quando foi atingido.
O cabo PM Braga disse que a reação de Oliveira Júnior, ao chegar ao hospital, parecia a de um criminoso. Com medo de morrer, ele ofereceu R$ 2 mil a um médico para que o salvasse.
Segundo o cabo, moradores da área não quiseram fazer maiores comentários sobre os "grupos rivais", mas se recusaram a ajudar Oliveira Júnior.

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