São Paulo, quarta-feira, 16 de novembro de 1994
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Comitês desrespeitam a legislação eleitoral

FÁBIO GUIBU e
EUGÊNIO NASCIMENTO

FÁBIO GUIBU; EUGÊNIO NASCIMENTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM ARACAJU

A mais disputada eleição dos últimos anos em Aracaju (SE) foi marcada ontem pelo desrespeito à legislação eleitoral.
Os comitês dos candidatos Albano Franco (PSDB) e Jackson Barreto (PDT) distribuíram vales-combustível, provocando filas em três postos do centro da cidade.
Até as 16h, um posto já havia sido impedido pela Justiça de manter o abastecimento aos correligionários. "Foi uma afronta", disse a juíza Madeleine Gouveia, que tomou a decisão. Segundo ela, os outros dois postos também seriam notificados.
Cabos eleitorais e simpatizantes dos candidatos promoveram também carreatas, panfletagem e boca-de-urna nos locais de votação.
Na periferia da cidade, carros e caminhões foram utilizados para transportar eleitores. A Justiça Eleitoral e a Polícia Federal, porém, não receberam ontem qualquer denúncia de irregularidade.
No interior do Estado ocorreram "algumas" prisões e apreensões de carros e panfletos, disse a corregedora eleitoral Célia Pinheiro.
Na PF, a informação era de que os eventuais conflitos em Aracaju estavam sendo resolvidos nos próprios locais. As únicas representações, de anteontem, resultaram na retirada do ar de duas emissoras de rádio na manhã de ontem.
A PM, que mobilizou 2.000 homens no Estado –33% a mais que no primeiro turno–, teve dificuldades para conter os ânimos de alguns eleitores.
Em frente à LBA, local de votação de Barreto, por pouco não houve um confronto com policiais civis simpatizantes de Franco.
A PM, ao interceptar uma carreata pró-Franco, foi advertida pelo motorista de um dos carros, que, exibindo um revólver, disse ser delegado de polícia.
Houve discussão e a carreata foi liberada, abrindo precedente aos cabos eleitorais de Barreto, que passaram a promover manifestações no local.
Os candidatos Jackson Barreto e Albano Franco negaram qualquer envolvimento nas irregularidades. Ambos alegaram que a distribuição de combustíveis por seus comitês não foi autorizada por eles.
Segundo a corregedora eleitoral, a distribuicão de combustível e o transporte de eleitores pode acarretar na prisão por até quatro anos do responsável.
O início da apuração, segundo o TRE, estava previsto para às 20h de ontem (21h em Brasília). O novo governador de Sergipe deverá ser anunciado até as 12h de hoje.

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