São Paulo, quarta-feira, 16 de novembro de 1994
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Vitor Buaiz comemora vitória no ES

FERNANDO MOLICA
ENVIADO ESPECIAL A VITÓRIA (ES)

O candidato do PT ao governo, Vitor Buaiz, 51, comemorou o fim das eleições com uma caminhada entre o local em que votara pela manhã (Escola Técnica Federal) e seu comitê de campanha.
Buaiz disse que venceu as eleições. Ele reafirmou que pretende governar ao lado de todos os partidos que o apoiaram.
Ele declarou que só vai começar a montar seu governo depois de comemorar a vitória.
Buaiz disse ontem pela manhã que a sociedade capixaba reconheceu sua capacidade "de fazer alianças políticas com os partidos democráticos".
Para o segundo turno das eleições estaduais, Vitor Buaiz articulou o apoio de dez partidos em uma frente que ia do PL ao PC do B e que incluía também o PSDB. "A vitória é nossa", disse, após votar.
Proteção policial
Protegido por policiais federais armados com metralhadoras, Buaiz atribuiu a tranquilidade da votação no Estado verificada pela manhã às providências tomadas pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
O TSE determinara que as tropas do Exército e da Marinha ficassem de prontidão e enviou ao Estado um observador, ministro Torquato Jardim. A decisão foi motivada por um pedido do PT.
O partido pediu a presença de tropas federais para garantir a eleição –policiais militares haviam sido flagrados fazendo campanha para o adversário de Buaiz, Dejair Camata, ex-cabo da corporação.
Vitor Buaiz e seu comitê de campanha estão sob a proteção da Polícia Federal desde segunda-feira (na véspera houve uma ameça por telefone à coordenação de campanha).
O candidato do PT chegou às 11h15 para votar na Escola Técnica Federal, em Vitória, acompanhado de sua mulher, Maria de Lourdes Buaiz, e do secretário-geral do PT, Gilberto Carvalho.
A expectativa de sua chegada gerou algumas confusões na entrada da escola, onde havia simpatizantes das duas candidaturas ao governo.
Cabo Camata
Candidato do PSD (Partido Social Democrático) ao governo do Espírito Santo, o deputado estadual Dejair Camata, 37, o Cabo Camata, disse ontem que os principais jornais do Estado fizeram campanha para seu adversário, Vitor Buaiz, do PT.
Cabo Camata disse que procurou o ministro Torquato Jardim, enviado pelo TSE para observar a eleição no Espírito Santo, para reivindicar uma discussão sobre o exercício da liberdade de imprensa no país.
Ex-cabo Polícia Militar, Cabo Camata afirmou que os jornais o transformaram "no maior matador do Espírito Santo".
O candidato do PSD é acusado de ter integrado grupos de extermínio e de ter relatado, em sessão na Assembléia Legislativa, a forma como queimava os corpos de supostos criminosos.
Segundo ele, o maior mérito de sua candidatura foi o de ter mostrado que qualquer pessoa pode se candidatar ao governo, "não precisa de conchavos nem de acordos".
Dirigindo seu carro, um Volkswagen modelo Parati, decorado com adesivos de campanha, o candidato saiu de casa às 8h45 para levar sua mulher, Leonor Fernandes, para votar em uma escola de Vila Velha (na região metropolitana de Vitória, capital do Espírito Santo).
Depois, foi à escola São José, também situada em Vila Velha, reclamar da atitude de uma mesária que criticou o eleitor José Manuel Canela Filho que votara no Cabo Camata.
A mesária teria dito que Canela Filho estaria tentando eleger "um bandido".
A perda de todos os seus documentos impediu Cabo Camata de votar em Vitória. Os candidatos a governador podem escolher onde votar.
Ele disse que o fato de ter perdido todos os documentos o obrigaria a votar em sua seção, no município de Jaguaré (a 240 km de Vitória).

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