São Paulo, quarta-feira, 16 de novembro de 1994
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Brasileiro gasta 3 vezes mais água que europeu

DA REPORTAGEM LOCAL

O consumo de água na Grande São Paulo pode ser reduzido em até 52% se torneiras, chuveiros e descargas tradicionais forem substituídos por equipamentos mais eficientes.
Esse dado faz parte de uma pesquisa do estudante de pós-graduação em Energia da USP Paulo Gonçalves, que está em fase de conclusão.
Gonçalves comparou o consumo médio de água na Grande São Paulo com o das principais cidades do mundo e concluiu que o paulistano gasta no dia-a-dia três vezes mais água que o europeu.
Enquanto um sueco, por exemplo, consome três litros de água ao dar descarga, um brasileiro gasta em média nove litros.
O resultado do mau uso da água é que a capital de São Paulo, junto com a do México, são as duas cidades com maiores problemas de abastecimento de água entre as mais populosas do mundo.
Para acabar com o desperdício, Gonçalves e seu orientador, o professor do Instituto de Energia Eletrotécnica da USP Ildo Sauer, acreditam que a saída é substituir os equipamentos que consomem muita água pelos mais econômicos.
Segundo Gonçalves, o dinheiro gasto na troca de torneiras e chuveiros convencionais é recuperado em cerca de seis meses, graças à economia proporcionada pelos equipamentos eficientes.
As torneiras convencionais, por exemplo, gastam 0,2 litros de água por segundo. Já as econômicas gastam metade desse volume (0,1 litros por segundo).
Uma das alternativas às torneiras convencionais são as automáticas, que fecham após alguns segundos independente da vontade do consumidor.
Enquanto as tradicionais custam em média R$ 23,24 para serem instaladas, as automáticas custam R$ 112,05, quase cinco vezes mais.
Apesar do custo de instalação das torneiras automáticas ser maior, em oito meses o investimento é recuperado. No caso dos chuveiros, o investimento é recuperado em 20 dias.
A implantação de arejadores nas torneiras –um equipamento que mistura ar à água e reduz a vazão– também diminui bastante o consumo de água.
Outra alternativa é a colocação de pulverizadores, dispositivo que transforma o jato num feixe de jatos menores, possibilitando redução de até 0,03 litros por segundo.
Vazamentos
Segundo Gonçalves, outro fator importante para reduzir o consumo de água na Grande São Paulo é eliminar os vazamentos na rede de abastecimento.
O professor Aldo Rebouças, do Núcleo de Águas Subterrâneas, do Instituto de Geociências da USP, afirma que 36% da água produzida em São Paulo é perdida antes de chegar às casas e indústrias. Essa perda é causada sobretudo por por vazamentos e desvios.

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