São Paulo, quarta-feira, 16 de novembro de 1994 |
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Porção individual ganha prateleiras
CAROLINA CHAGAS
Em São Paulo, esses produtos visam a população de solteiros da cidade, de cerca de 900 mil pessoas. Eles representam quase 10% do total de moradores, de 9,6 milhões de habitantes. Devido à procura, algumas casas de São Paulo se especializaram neste tipo de produto, como a Petit Comité, criada há seis meses. A dona da empresa, Rita Atribe, trocou a arquitetura para investir nas colheres de pau. "A maioria das pessoas que me procuravam eram solteiras e acabei me especializando", diz. A Petit Comité oferece 70 pratos de carnes, aves, peixes, massas e de acompanhamentos, sopas e sobremesas. Aceita encomendas pelo telefone e entrega em todos os bairros da cidade. Nos negócios, Rita usou sua própria experiência. Ela também mora sozinha e garante entender bem a cabeça dos solteiros. "Por causa da agitação do dia-a-dia, eles são capazes de comer sozinhos uma porção de carne que daria para duas pessoas." Para os solteiros, as embalagens individuais também são garantia de economia, diz o arquiteto Bruno de Assis Viana, 34, que já chegou a desperdiçar cerca de R$ 75 com alimentos que não consumiu. Para Ana Maria de Andrade, professora do Instituto de Psicologia da USP, alguns solteiros e solitários resolvem problemas de carência afetiva nos supermercados. "Ao sentir-se só, algumas pessoas vão às prateleiras de comidas e compram quantidade suficiente para ele e mais um, para preencher o vazio da sala de jantar", afirma. As maiores "orgias", segundo Ana Maria, são feitas nas padarias e nas sessões de chocolates e bolachas, "que depois acabam estragando nos armários." LEIA MAIS Sobre solteiros à página Especial B-2. Texto Anterior: Três homens são presos sob acusação de matar e roubar Próximo Texto: Congelados lideram na preferência dos solteiros Índice |
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