São Paulo, quarta-feira, 16 de novembro de 1994 |
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EUA aumentam juros pela sexta vez no ano
CARLOS EDUARDO LINS E SILVA
Ajuste foi de 0,75%, o maior desde 1980; banco central diz que alta é para manter inflação sob controle O banco central dos EUA (FED) aumentou ontem pela sexta vez este ano as taxas de juros no país. O índice do aumento, 0,75%, foi o maior desde 1980, quando uma elevação de 1% foi aplicada para combater a inflação. A decisão do FED reflete a falta de confiança em relação à capacidade do governo Clinton para manter o ritmo de crescimento atual da economia do país sem fazer disparar a inflação. Nos dois anos da atual administração, o desemprego diminuiu, o consumo aumentou, a produtividade cresceu e a inflação se manteve sob controle, tendo até decrescido nos dois últimos meses. Mesmo assim, o FED disse ter achado necessário aumentar as taxas de juros "diante das evidências do fortalecimento da atividade econômica e dos crescentes níveis de utilização de reservas". Segundo o comunicado oficial do FED que anunciou o aumento, ele é "necessário para manter a inflação sob controle e, assim, incentivar o crescimento econômico sustentado". Sindicalistas, grupos de defesa dos direitos do consumidor, agricultores e muitos industriais não concordam com essa análise. Centenas de representantes desses grupos realizaram passeata ontem diante do FED. Eles gritavam: "Empregos sim, juros altos não". Vários economistas também acham que a decisão do FED vai interromper o crescimento. O governo Clinton, que se opunha à nova elevação das taxas de juros, evitou críticas diretas ao FED ontem. Alice Rivlin, diretora de Orçamento do governo, preferiu atacar a oposição republicana. Disse que, com a decisão do FED, isenções fiscais como as prometidas pelos republicanos podem jogar o país na recessão. O presidente Clinton, em Jacarta, Indonésia, afirmou, antes da decisão, que o FED faria o melhor para manter o progresso econômico dos EUA que, segundo ele, "é motivo de inveja do mundo". A bolsa de valores de Nova York estava operando ontem em baixa de 15 pontos devido ao anúncio do FED. Os principais bancos do país repassaram ontem mesmo ao consumidor o aumento das taxas de juros imposta pelo FED. Isso vai afetar todo o sistema de crédito dos EUA. Texto Anterior: Kibon lança 21 sorvetes para vender 9% a mais Próximo Texto: Bolsas de valores aprovam o ajuste Índice |
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