São Paulo, quarta-feira, 16 de novembro de 1994 |
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Quem perdoa não procura culpados
PAULO COELHO
"Minha vida está perdida", disse ele. "Tenho procurado seguir a luz, mas sempre me atrapalho. Hoje não tenho mais o amor de minha família, o respeito dos amigos, a solidariedade dos que encontrei na estrada. Nem sequer tenho vosso apoio. Mas quero fazer uma só pergunta: como posso sair disso?" "Através do perdão", disse o mestre. "Perdão? Se nada fiz, a quem perdoarei?" "A todos", continuou o mestre. "A ti mesmo, à vida, aos amigos, à família, à natureza, ao mestre, aos outros caminhantes." "Como se faz isso", insistiu o visitante. "Entendendo que a culpa não é de ninguém", respondeu o mestre. "De ninguém mesmo." Texto Anterior: Frejat exagera e produz disco rebuscado Próximo Texto: Grupo quer som nas ruas Índice |
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