São Paulo, quinta-feira, 17 de novembro de 1994 |
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ACM e a nova ordem
NELSON DE SÁ
Claro, para tanto foi preciso muito do talento e do esforço reconhecidos nele. Começou Alexandre Garcia: – O PSDB é o partido que mais cresce em número de governadores e o PFL o que mais perde. Em compensação, o PFL faz a segunda maior bancada federal. Claro que é notícia velha, de um mês atrás, mas era preciso achar uma "compensação" que abrisse caminho ao que vinha, logo a seguir: – O senador Antônio Carlos Magalhães é outro vitorioso. Elege o governador e o maior número de deputados e senadores, derrotando todos os seus adversários na Bahia. Seria o caso de lembrar que o mesmo aconteceu no Ceará, ainda no primeiro turno e sem a menor acusação de fraude, ao contrário do que ocorre com o outro senador carlista. Também seria o caso de lembrar que o governador de São Paulo, por exemplo, comanda orçamento ligeiramente maior. Mas Covas não foi citado, nem Azeredo foi citado, nem Alencar foi citado. Sequer foi citado aquele que é –afinal– o vitorioso do ano, Fernando Henrique Cardoso. Covas sem máscara Antes mesmo de terminar o horário eleitoral, já estava claro que o Covas de tanta simpatia, que aparecia na televisão, não era de verdade. Ontem, em coletiva, desapareceu de vez a boa vontade. O governador eleito, que entrou ao vivo, em parte da entrevista, na Cultura e depois com trechos editados nas demais redes, jogou a máscara. Foi o que é. Irascível, não escondeu sua contrariedade com as perguntas, não olhou para as câmeras, não fez nada do que dizem ser a obrigação de um candidato. Foi sincero, afinal, com seu fígado. Mas ainda vai descobrir que os sorrisos não são uma exigência meramente eleitoral, no político, hoje. Texto Anterior: Esquerda aceita apoio de Sarney e consegue eleger João Capiberibe Próximo Texto: Acaba transição 'lenta, gradual e segura' Índice |
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