São Paulo, quinta-feira, 17 de novembro de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Alencar quer contrapartida de apoio a FHC

AZIZ FILHO
DA SUCURSAL DO RIO

O virtual governador eleito do Rio, Marcello Alencar (PSDB), disse ontem que espera reciprocidade do governo Fernando Henrique Cardoso ao apoio que os futuros governadores do PSDB darão ao plano de estabilização e às reformas constitucionais.
Ele pretende cobrar ações federais em favor do Rio já no governo Itamar Franco. Disse que vai sugerir a Itamar sugestões para sanear o Banerj (Banco do Estado do Rio de Janeiro) até dezembro.
"Compartilhar partido e idéias tem duas mãos. Não só servir ao governo central, é ser servido por ele", afirmou.
O tucano contou ter recebido, de manhã, um telefonema de FHC.
O presidente eleito teria prometido anunciar no seu discurso de posse, em 1º de janeiro do ano que vem, compromisso com as principais metas de Alencar para recuperar a economia do Rio.
Entre as metas, estariam a ampliação do porto de Sepetiba e o estímulo ao setor tecnológico e à indústria naval.
Segundo Alencar, o fato de pertencer ao mesmo partido de FHC não significa que vai aceitar os ônus do combate à inflação e da reforma tributária sem receber contrapartida.
"Vamos propor medidas para que a gente não receba só problemas. Quero receber o governo com o problema do Banerj equacionado", adiantou.
Segundo ele, a decisão do Banco Central de continuar comprando títulos do Banerj até dezembro "não é suficiente".
Câmara
A coligação que deu apoio a Alencar (PSDB-PFL-PP-PL) espera eleger entre 16 e 18 deputados federais.
O tucano disse que vai montar o governo com os aliados, atuando para aumentar sua bancada.
O virtual governador eleito –que tem como vice o também tucano Luiz Paulo Corrêa da Rocha– quer conquistar deputados de outros partidos, inclusive os maiores adversários no segundo turno (PDT e PT), para aumentar seu cacife em Brasília.
"Minha bancada vai ter 46 deputados", afirmou Alencar, referindo-se ao número total de deputados que o Rio elege, enquanto tomava água de coco no calçadão da praia do Leblon (zona sul da capital).
O tucano disse, ainda, que não tem "nenhuma adversidade" com qualquer dos pedetistas ou petistas que venham a ser eleitos para a Câmara dos Deputados.

Texto Anterior: Soldados 'incomodam' juiz
Próximo Texto: Apuração tem ameaça de bomba
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.