São Paulo, quinta-feira, 17 de novembro de 1994 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Rossi muda discurso e passa a elogiar partidos
CARLOS MAGNO DE NARDI
"Os partidos são a base da democracia", disse ontem, durante a primeira entrevista depois da conclusão da apuração. A frase contrasta com a avaliação feita por ele logo no início da campanha para o segundo turno da sucessão paulista, quando afirmou que os partidos "não valem nada. O que vale são as pessoas." Rossi afirma que uma de suas principais metas em 95 será alterar a legislação para fortalecer os partidos. "O mandato tem que ser do partido e não do político." Conforme antecipou ontem a Folha, Rossi lançou sua candidatura a prefeito de São Paulo nas eleições de 96 e confirmou sua disposição em reestruturar o PDT no Estado, onde o partido é praticamente inexistente. Rossi teve 1.856.623 votos na capital (34%). "A idéia de ser candidato a prefeito de São Paulo é muito interessante e eu não posso desapontar todos os meus eleitores", disse. Fortalecido pelos 6.771.456 votos que recebeu no segundo turno, Rossi disse que irá percorrer a maioria das cidades do interior do Estado para reorganizar o PDT e viabilizar o lançamento de candidatos a prefeito em 96. "O PDT participará da eleição em todos os municípios com candidatos próprios ou apoio. Posso garantir que o PDT estará organizado no Estado até 96", disse. Rossi conta com o apoio do presidente estadual do PDT, Liberato Caboclo, mas enfrenta resistências entre prefeitos e ex-prefeitos filiados ao partido. O pedetista disse que pretende fazer uma oposição "crítica" ao governo Mário Covas, fiscalizando suas ações e eventualmente propondo soluções. Durante a entrevista, ele voltou a criticar as pesquisas de intenção de votos. "Todas as pesquisas apontavam uma diferença de 20 pontos percentuais e no final ela foi de dez pontos." Pesquisa Datafolha publicada no dia da eleição apontava Covas com 52% dos votos, contra 34% de Rossi. A margem de erro é de três pontos percentuais. Na sua opinião, as pesquisas não poderiam ser divulgadas nos 15 dias que antecedem uma eleição, porque "induzem o eleitor". Ele voltou a negar o uso da religião em sua campanha. "Em nenhum momento eu usei a palavra de Deus para pedir votos", disse. Na nota oficial divulgada por sua assessoria, admitindo a derrota, Rossi agradece a "Deus que me deu milhões de mãos que me sustentaram nesta campanha". Texto Anterior: Erundina defende rediscussão Próximo Texto: Mão Santa defende divisão do Piauí Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |