São Paulo, quinta-feira, 17 de novembro de 1994
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Mão Santa defende divisão do Piauí

Eleito fala em "dez mandamentos"

PAULO MOTA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM TERESINA

O governador eleito do Piauí, Francisco de Assis Moraes Sousa (PMDB), 52, o Mão Santa, quer dividir o Estado, criando o Estado de Gurguéia.
O vice-governador eleito é o presidente da Federação Piauiense dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag), Osmar Araújo (PSDB). Araújo é ligado à Força Sindical e ex-presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Picos (PI).
Mão Santa concedeu esta entrevista ontem, por telefone, de Parnaíba, sua terra natal.

Agência Folha - Como o senhor ganhou as eleições, apesar do apoio dado a seu adversário, Átila Lira (PFL)?
Mão Santa - Eu soube interpretar a vontade do meu povo, que estava ansioso por expulsar do poder esta oligarquia corrupta. Há 50 anos, o Piauí é dominado por três famílias.
Agência Folha - Como o senhor pretende reverter a situação de pobreza do Piauí?
Mão Santa - Meu programa de governo é formado por dez metas, inspiradas nos dez mandamentos da lei de Deus. Quero fazer o Piauí acreditar que o trabalho, ao invés da corrupção, é a alavanca para o progresso. Gerar empregos é o meu principal desafio.
Agência Folha - O senhor defende a divisão do Piauí e a criação do Estado de Gurguéia?
Mão Santa - Vejo esta idéia com simpatia. Seria uma forma de desenvolver o sul do Estado, que é muito carente. Agora, a concretização depende de aprovação do Congresso Nacional.
Agência Folha - O senhor vai estimular mesmo a criação de funerárias públicas?
Mão Santa - Sim. Vou incentivar cada prefeito a criar um serviço de distribuição gratuita de caixões. O preço médio de um caixão é de um salário mínimo, e cerca de 70% dos piauienses não ganham isso.
Agência Folha - O senhor vai fazer oposição ou apoiar o presidente eleito, Fernando Henrique Cardoso?
Mão Santa - Eu e FHC somos filhos da democracia. Pretendo ter com ele um relacionamento inteligente. Ele é um homem culto, eu também sou.

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