São Paulo, quinta-feira, 17 de novembro de 1994
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Antônio Britto diz que revisão é uma "necessidade dramática"

CARLOS ALBERTO DE SOUZA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

O governador eleito do Rio Grande do Sul, Antônio Britto (PMDB), 42, disse ontem que a reforma constitucional é uma "necessidade dramática" do novo governo federal.
Segundo Britto, o PMDB apoiará o futuro presidente. "O país vive a terceira chance de fazer o que os brasileiros querem: perdemos a primeira no hospital (morte de Tancredo Neves) e nas vacilações do governo Sarney; a segunda foi perdida no roubo e lama do governo Collor".
O peemedebista disse ter recebido telefonemas de cumprimentos do presidente Itamar Franco (com quem se reunirá na próxima semana), do presidente eleito, Fernando Henrique Cardoso (PSDB), e do candidato derrotado do PT, Olívio Dutra.
A seguir, trechos da entrevista coletiva que Britto concedeu ao lado de seu vice, Vicente Bogo, e do senador Pedro Simon (PMDB-RS), entre outros políticos, na sede do comitê elitoral.

Pergunta - Como deve ser encaminhada a reforma constitucional?
Antônio Britto - Urge limitar o campo do que é urgente. O governo tem de desenvolver nos próximos meses um trabalho de articulação política, aproveitando emendas já existentes e apresentando emendas. O essencial é o governo convocar os governadores, os partidos, não deixar que a coisa flua como produto espontâneo.
Pergunta - No Rio Grande do Sul vai haver enxugamento de órgãos públicos?
Britto - Acompanho com preocupação a discussão entre alguns que desejam a extinção do Estado. Minha experiência me dá convicção de que não é preciso manter o setor público disperso, desnecessário. Desejo contar com a parceria da iniciativa privada na construção de estradas e geração de energia, capitalização da empresa de telefônica e na área dos portos.
Pergunta - O senhor poderá nomear pessoas que não integraram o Movimento Rio Grande Unido e Forte (coligação liderada pelo PMDB)?
Britto - Não temos compromisso com nenhuma pessoa, do ponto de vista de aproveitamento, cargos e empregos. Não haverá barganhas, listas de indicações. Vamos percorrer o Rio Grande atrás de pessoas honestas e competentes. Declaro extinta a categoria de padrinho político. Padrinho aqui vai o ser o currículo.

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