São Paulo, quinta-feira, 17 de novembro de 1994
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Hubble derruba teoria sobre massa do Universo

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Duas equipes de astrofísicos dos EUA, em trabalhos independentes, descartaram uma das principais teorias a respeito da constituição do Universo.
As equipes, da Universidade de Princeton e do Instituto de Ciência e Telescópio Espacial, trabalharam com imagens produzidas pelo telescópio orbital Hubble.
Um dos principais enigmas para os cosmologistas é o fato de que até 90% do Universo seja repleto de matéria invisível, que não emite luz. Por causa disso, é chamada de matéria escura.
Cientistas afirma que ela existe porque a massa das estrelas e galáxias visíveis é insuficiente para gerar toda a força gravitacional presente no Universo. Mas ninguém sabe o que é de fato.
Vários cientistas achavam que essa matéria escura pudesse se originar em estrelas que emitem luz muito fraca, chamadas anãs-vermelhas. As duas equipes dos EUA afirmam o contrário.
Os cientistas usaram o telescópio Hubble para estimar a quantidade de anãs-vermelhas no Universo. O telescópio é capaz de detectar anãs-vermelhas até cem vezes mais fracas do que as até agora observadas.
As imagens mostraram muito menos anãs-vermelhas na Via Láctea (a galáxia em que está a Terra) do que os cientistas esperavam para sustentar a hipótese.
Em vez de testemunharem a existência de amontoados de anãs-vermelhas, viram apenas espaços aparentemente vazios entre as estrelas.
As anãs-vermelhas só constituem 15% da massa da Via Láctea, informou a primeira equipe, encabeçada por John Bahcall, do Instituto de Estudos Avançados de Princeton, e por Andrew Gold, da Universidade do Estado de Ohio.
A segunda equipe chegou a resultados semelhantes, estudando uma nebulosa formada por cerca de 500 mil estrelas.
Ainda restam, porém, diversas teorias que tentam explicar o que é a matéria escura. Uma delas diz que seria constituída por partículas menores que o próprio átomo.
Poeira de estrelas
O espaço pode ter muito menos partículas soltas do que se pensava, sugere um estudo da Universidade Cornell (EUA) publicado hoje na revista Nature.
Os pesquisadores mediram a capacidade de absorver radiação do principal constituinte da poeira estelar (a forsterita, substância que contém magnésio e sílica).
Eles mostraram que o material é mais absorvente do que pensavam. Concluíram que a massa dos anéis de poeira em volta das estrelas que dão origem a planetas deve ser menor.
Super-raio
Cientistas britânicos obtiveram o raio de partículas mais energético já produzido, informou ontem o Instituto Japonês de Pesquisa Física e Química.
O experimento foi feito usando o acelerador de partículas recém-construído no laboratório Rutherford Appleton (Reino Unido).
O raio obtido era constituído de partículas conhecidas como múons (menores que o átomo), observadas geralmente em raios cósmicos que chegam à Terra.
Produzido em laboratório através da colisão de outras partículas, esse raio tinha 100 milhões de vezes mais energia que raios cósmicos de múons.

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