São Paulo, quinta-feira, 17 de novembro de 1994 |
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Para Roriz, apoio tucano definiu eleição
RUI NOGUEIRA ;DENISE MADUEÑO
Em discussões internas, o governador já fez o "mea culpa" e confessou o erro: não ter conseguido o apoio da tucana Maria de Lourdes Abadia. "Erramos ao bater na mulher", lamentou-se Roriz em conversa telefônica, por volta das 16h de terça-feira, com o candidato derrotado Valmir Campelo (PTB). A essa hora, começavam a ser divulgadas as primeiras pesquisas de boca-de-urna com a vitória de Cristovam. Abadia ficou em terceiro lugar no primeiro turno e foi eleita por Roriz adversária preferencial. O governador temia mais Abadia que Cristovam, porque ela foi administradora de cidades-satélites e dividia com Campelo o voto popular da periferia de Brasília. Ontem, o comitê de Campelo atribuía a derrota ao fato de não ter se aliado a Abadia no segundo turno. Com a deputada apoiando Cristovam, assessores admitiam que o PT ficou "mais light" e a chapa de Campelo "direitista". "Na cidade que sediou duas CPIs (Collorgate e do Orçamento) e derrotou Collor e FHC, isso foi fatal", disse Fernando Lemos, assessor de Campelo e ex-secretário de Comunicação de Roriz. Roriz se licenciou do mandato para fazer campanha para Campelo apenas cinco dias antes da eleição. A estratégia do governador era marcar presença de uma maneira que não lhe fosse atribuída uma eventual derrota de seu candidato. A participação efetiva do presidente do PTB –partido de Campelo–, senador José Eduardo de Andrade Vieira, também provocou a entrada de Roriz na campanha. O governador do PP estava perdendo espaço para o PTB no DF. Os candidatos do PP também perderam em Goiás (Lúcia Vânia), Minas (Hélio Costa) e Paraná (Álvaro Dias, no primeiro turno). Resultado final Os resultados oficiais da eleição no DF foram divulgados às 21h10 de ontem. Cristovam Buarque e sua vice, Arlete Sampaio (PT), foram eleitos com 459.311 votos (53,9% dos votos válidos). Valmir Campelo (PTB) teve 392.898 votos (46,1%). O percentual de brancos e nulos foi de 5,3%. A apuração levou sete horas para ser finalizada. Uma ameaça de bomba no prédio do tribunal atrasou a digitação dos boletins. Às 9h20, a vice-presidência do TRE recebeu telefonema anônimo que afirmava haver uma bomba no sétimo andar do tribunal. Bombeiros e Polícia Militar revistaram o prédio por uma hora. Nada foi encontrado. Ontem, o serviço de inteligência da Polícia Federal foi acionado para investigar a passagem por Brasília de 241 moradores de Volta Redonda (RJ) contratados para fazer boca-de-urna para Campelo. Texto Anterior: Hubble derruba teoria sobre massa do Universo Próximo Texto: Souto defende programa de irrigação no NE Índice |
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