São Paulo, quinta-feira, 17 de novembro de 1994
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Camelôs quebram vitrines durante protesto

DA REPORTAGEM LOCAL

Cerca de 200 vendedores ambulantes fizeram um protesto ontem, entre 11h30 e 13h30, no calçadão da rua 12 de outubro, na Lapa (zona oeste de São Paulo). Duas lojas tiveram suas vitrines destruídas.
A manifestação foi contra a blitz de fiscais do governo do Estado, com a participação de 45 policiais militares, que exigia a apresentação das notas fiscais das mercadorias à venda.
As lojas Marisa e Ducal tiveram suas vitrines destruídas pelos camelôs. Todas as lojas ficaram com as portas fechadas por cerca de duas horas. Não houve feridos.
O vendedor Airon Miguel Santos, 27, da loja Ducal afirmou ter sido agredido por uma mulher com um pedaço de pau quando tentava fechar as vitrines da loja.
"Eles não queriam deixar que a gente fechasse a loja. Ainda bem que eu estava com uma barra de ferro, usada para abaixar as portas, e pude me defender ", disse.
Segundo ele, os clientes ficaram muito assustados durante o protesto. "Teve gente que ficou horas aqui dentro", afirmou.
Na loja Marisa, o caixote que quebrou a vitrine quase acertou uma funcionária, segundo a gerente Geni Nanci Abraão.
A polícia apreendeu mercadorias de vários camelôs, entre cigarros, roupas, brinquedos, aparelhos eletrônicos e carrinhos de cachorro-quente.
Cinco pessoas foram levadas ao 7º Distrito de Polícia, na Lapa, e liberadas em seguida.
O ambulante Marden Rômulo, 18, foi um dos presos durante o protesto. Segundo o capitão Conrado Milton Zácaro Júnior, 41, ele teria se exaltado. "Eu só estava tentando recuperar uma mercadoria que era minha", disse Rômulo.
"O sentido da fiscalização foi coibir a venda principalmente das mercadorias vindas do Paraguai", disse Zácaro, que comandou a operação.
A existência da nota significa que o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) foi recolhido e que o produto não é contrabandeado.
Segundo ele, foram lotados três caminhões com as mercadorias dos camelôs. Os ambulantes poderão retirá-las no depósito do Jaguaré (zona oeste) com a apresentação da nota fiscal.
"Isso foi pressão dos lojistas", disse o ambulante Manoel Resende de Barbosa, 43, que teve sua banca levada para o depósito.

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