São Paulo, quinta-feira, 17 de novembro de 1994
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Lixeiros de São Paulo fazem greve de um dia

DA REPORTAGEM LOCAL

Os 13 mil lixeiros de São Paulo suspenderam a greve que haviam começado durante a manhã de ontem. A decisão foi tomada em assembléia realizada na sede do sindicato por volta das 18h.
À tarde, o TRT-SP (Tribunal Regional do Trabalho) havia julgado a greve não-abusiva.
Os lixeiros queriam reajuste de 15,67% sobre salários, tíquetes-refeição e cesta básica. O percentual equivale ao IPC-r (Índice de Preços ao Consumidor no real) de julho a outubro.
O TRT determinou que fosse concedido aumento dos tíquetes e das cestas básicas, mas negou o reajuste salarial.
Durante o julgamento –que durou menos de uma hora– o Selur (sindicato patronal) afirmou que o reajuste salarial já havia sido antecipado em abril e maio passados.
Como os grevistas voltaram ao trabalho ainda ontem, o TRT concedeu estabilidade no emprego de 60 dias.
Cerca de 6.000 toneladas de lixo deixaram de ser coletadas durante a greve. Os bairros mais afetados foram os das zonas leste e sul.
A zona oeste e parte da região central praticamente não sofreram com a greve. É que nessa área, apenas os varredores aderiram à paralisação.
Os grevistas cumpriram a determinação do TRT e mantiveram 50% dos coletores e dos varredores nas ruas.
Apenas duas das seis empresas que fazem a coleta de lixo em São Paulo ficaram totalmente paradas (CBPO e Lotis).
Isso porque não entregaram a lista com os setores de emergência para o sindicato dos trabalhadores no prazo estipulado pelo TRT (até 12h de anteontem).
O sindicato dos lixeiros afirmou que conseguiu paralisar metade da categoria. Segundo o Selur, a adesão variou entre 10% e 15%, dependendo da empresa.
Na maior delas, a Vega-Sopave, a paralisação foi de 15%, segundo o sindicato patronal. A empresa faz a coleta de lixo na zona norte e parte das zonas sul e leste e tem 6.000 empregados.

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