São Paulo, quinta-feira, 17 de novembro de 1994
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Prepare-se para a revolução esportiva

MATINAS SUZUKI JR.
EDITOR-EXECUTIVO

Meus amigos, meus inimigos, São Paulo é sede de uma grande feira esportiva. As perspectivas para o esporte talvez nunca tenham sido tão boas como neste fim-de-século.
O Brasil precisa criar uma infra-estrutura adequada para suportar esta grande revolução esportiva.

Como eu tenho dito por aí, o esporte ocupa cada vez mais o mundo do espetáculo. Somente o esporte sustenta os eventos em grande escala mundial, do tipo Olimpíadas e Copas do Mundo.

O esporte encontra cada vez mais lugar na televisão. E no cinema.
Um dos filmes escolhidos entre os mais importantes do ano, nos EUA, é um documentário sobre o sonho dos garotos pobres de chegarem à condição de astros da NBA. A cesta dourada.

As indústrias alimentícia, farmacêutica, têxtil, da moda, da música, do lazer, do entretenimento estão coladas ao esporte. Os esportistas passam a ganhar mais do que os músicos e os atores.

Até a indústria jornalística americana atribui ao esporte (à greve no beisebol) as suas quedas de circulação. O velho e bom esporte é o que há de novo.

A biografia de Nicole Brown Simpson, que teria sido assassinada pelo ex-jogador de futebol americano O.J. Simpson, vende mais do que o livro do papa.
O livro "Baseball", de Geoffrey C. Ward, uma história ilustrada do jogo, está há sete semanas entre os mais vendidos da lista do "The New York Times".

Samuel Dashiell Hammett era uma cara interessante. Pergunte ao flamenguista Ruy Castro.
Ele tomava mais tonéis de dry martinis em um só ano do que o torcedor do Barretos Bull's, David Drew Zingg, tomou na sua vida inteira.

Lillian Hellman também era uma mulher interessante. Como Hammet, escritora. Quando se conheceram (ela, 24, ele, 36), ele praticava uma maratona de cinco dias ininterruptos de embriaguez.

H e H formavam um casal interessante. Pelo que ela conta, era uma relação que preservava a individualidade de cada um. Um caso de respeito e admiração mútua.

Dashiell Hammett adorava beisebol. Mirava a TV –este espelho que fala– e não movia os olhos para nada.
Quando Lillian Hellman pedia para ele parar de assistir ao jogo, Hammett balançava a cabeça e dizia:
"Eu sempre sonhei com uma mulher dócil e olhe o que eu arranjei."

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