São Paulo, quinta-feira, 17 de novembro de 1994
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Procurador mexicano diz ter provas contra o PRI

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O subprocurador de Justiça do México, Mario Ruiz Massieu, disse ter provas de que a cúpula do Partido Revolucionário Institucional (PRI) prejudica investigação do assassinato do ex-secretário-geral do partido, Francisco Ruiz Massieu, irmão do procurador.
O procurador havia acusado o presidente do partido, Ignacio Pichardo, e a secretária-geral, María de los Angeles Moreno, em entrevista à TV levada ao ar na segunda-feira. Pichardo rechaçou as acusações e disse que Mario Massieu não devia acusar sem ter provas.
O procurador disse que apresenta as provas assim que Pichardo pedir por escrito.
"Quero deixar claro que tenho as provas, que não tenho por que mentir e que tenho por convicção dizer a verdade a toda a sociedade. Os hábitos do senhor Pichardo fazem-no dizer coisas que o põem no limite do ridículo", disse Mario Massieu.
Francisco Ruis Massieu foi assassinado na cidade do México em 28 de setembro. Já foram presas 11 pessoas ligadas ao crime, entre elas Fernando Rodríguez, que contratou o pistoleiro.
Rodríguez era assessor do deputado do PRI Manuel Mu¤oz Rocha, acusado de ser mandante do crime. Mu¤oz está foragido. A Câmara deu licença parlamentar a ele, que a teria pedido em carta.
Mario Massieu diz que a carta foi aceita sem verificação de sua autenticidade para afastar a investigação do meio político.
O procurador suspeita que Mu¤oz não foi o mandante do crime, mas obedeceu ordens superiores. Ele disse em outro trecho da entrevista à TV –levada ao ar na terça à noite– que não descarta a hipótese de Mu¤oz ter sido morto.
A suspeita de que a morte de Francisco Massieu foi parte de luta de facções no PRI leva Mario Massieu a acreditar na ocorrência de mais assassinatos.

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