São Paulo, quinta-feira, 17 de novembro de 1994
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Clinton recua sobre orações nas escolas

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

O presidente dos EUA, Bill Clinton, abriu as portas para um entendimento com o Partido Republicano, de oposição, sobre a possibilidade de se reinstituir a prática de orações obrigatórias nas escolas públicas do país.
Os republicanos, que controlarão o Congresso a partir de janeiro, prometem aprovar a medida até o próximo dia 4 de julho.
O Partido Democrata, de Clinton, se opôe à idéia por achar que ela fere o princípio constitucional da separação entre igreja e Estado.
A Suprema Corte proibiu as tradicionais preces diárias nas escolas públicas em 1962 e rejeitou em 1992 tentativa de reinstituí-las feita pelos governos republicanos de Ronald Reagan e George Bush.
Clinton, seguidor da religião batista e conservador em questões morais, disse que "há espaço" para se negociar o assunto com os republicanos.
O presidente afirmou não achar errado que as escolas reservem um minuto diário para os alunos rezarem em silêncio ou meditarem.
Ele ressaltou que discorda da idéia de fazer os alunos rezarem de acordo com os rituais de qualquer credo espeífico.
As declarações do presidente foram criticadas por líderes de entidades de defesa das liberdades individuais, para quem Clinton começa a reagir às eleições da semana passada avançando em direção à direita.
Já a primeira-dama Hillary Clinton voltou a defender os princípios de seu partido. Ao visitar uma favela em Jacarta, Indonésia, ela ressaltou a importância da ajuda econômica dos EUA a outros países.
Anteontem, o senador Jesse Helms, futuro presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, havia prometido diminuir de forma drástica os programas de auxílio externo do país.

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