São Paulo, quinta-feira, 17 de novembro de 1994
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Forrest Gump-Itamar Franco; Por um novo recorde; Bancos estaduais e o Banrisul; Diploma de jornalismo; Abusos eleitorais; F-1 sem gosto de glória; Mulheres e religião; Concurso

Forrest Gump-Itamar Franco
"Se unirmos os excelentes artigos de Otavio Frias Filho e Gilberto Dimenstein sobre o filme 'Forrest Gump', concluiremos que o presidente Itamar atua de forma politicamente correta no verdadeiro e pobre sentido da palavra, fazendo tudo o que se sabe que o povo quer ver e nada daquilo que o povo precisa. Gump tornou-se herói e ficou rico; Itamar ficou popular; o povo está indo morar debaixo da ponte –e os realizadores dos dois filmes, o diretor Robert Zemeckis e a elite econômica brasileira, nadam em prosperidade."
José Aristodemo Pinotti, professor titular de ginecologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (São Paulo, SP)

Por um novo recorde
"Como sempre, a Folha na frente. Primeiro com o atlas e o dicionário, depois o projeto 'Cidadão Folha'. Parabéns também pelo 'Natal sem Fome'. Que este ano a Folha possa bater mais um recorde, como tantos que vem batendo diariamente): o de matar a fome de muito mais famílias."
Rodinei Silva (Presidente Prudente, SP)

Bancos estaduais e o Banrisul
"Por duas vezes, em setembro e outubro, esta Folha citou o Banco do Estado do Rio Grande do Sul S.A. (Banrisul) ao lado do Banespa e do Banerj ao tratar da suposta crise dos bancos estaduais. Em relação ao Banrisul, cabe-nos esclarecer que, por determinação expressa do próprio Banco Central, apenas realizamos a administração da dívida mobiliária do Estado, sem que isto tenha qualquer influência em nosso caixa. Desde o início da atual administração, por determinação expressa do governador Alceu Collares, Banrisul e Caixa Econômica Estadual ficaram proibidos de emprestar dinheiro aos órgãos da administração direta e indireta. O total de créditos do Banrisul ao setor público é de 6,9%, pelos números de setembro passado, ficando os restantes 93,1% com a iniciativa privada. Nesse total de créditos ao setor público incluem-se basicamente as operações de antecipação de receita orçamentária, concedidas às prefeituras municipais com a garantia das taxas de retorno do ICMS. Após o Plano Real, o Banrisul registrou um crescimento de 23% na sua captação, ao mesmo tempo em que o crédito cresceu 54%, especialmente para os setores produtivos de nossa economia. O banco tem 1,2% de créditos em liquidação, segundo nosso balanço de junho passado, um dos melhores desempenhos entre toda a rede de bancos estaduais. Na atual administração, o Banrisul expandiu sua automação de 41 agências semi-atomatizadas, em março de 91, para 524 pontos automatizados em operação neste momento. É do Banrisul também o pioneirismo no Mercosul. A Rede Verde Amarela, projeto de automação que ligará todos os bancos estaduais brasileiros, foi desenvolvida por nossos técnicos e sua implantação é por eles gerenciada em todo o Brasil. Procedeu-se, também, uma importante reorganização administrativa, extinguindo-se nove diretorias. Não foi admitido nenhum funcionário novo e, com o plano de incentivo às aposentadorias, temos hoje 1.125 funcionários a menos do que em março de 91. Nesse período a produtividade/funcionário cresceu em 112%, enquanto a base de clientes saltou de 900 mil, em março de 91, para 1,7 milhão, em junho passado."
Flavio Obino, presidente do Banrisul (Porto Alegre, RS)

Diploma de jornalismo
"Formar-se para informar. Informar para formar. Estas poucas palavras descrevem a grande responsabilidade social existente na profissão de jornalismo. Engana-se o editorial da Folha do dia 15/10 ao afirmar que a regulamentação dessa carreira 'não passa de uma grande mistificação'. Para exercer a profissão é preciso ter um conhecimento muito além do idioma. Por certo, as instituições de ensino apresentam inúmeros problemas. No entanto, após quatro anos de aprendizado, o estudante estará com uma bagagem cultural superior a que possuia no início do curso, estando apto, então, para adquirir novos conhecimentos com a prática de exercer sua carreira."
Itacy Bispo (Rio de Janeiro, RJ)

Nota da Redação – Se, como diz o missivista, o jornalismo se aprende de fato na prática, por que vetar seu exercício a todos aqueles que não são formados em escolas de comunicação? Reserva de mercado?

Abusos eleitorais
"Em nenhuma outra eleição fiquei tão perplexo como nesta. Talvez porque tivemos um processo em que os principais líderes eram homens de reconhecidas experiências, de centro-esquerda, contando com a quase unanimidade da imprensa... Talvez por isso alguns detalhes importantes foram sendo desprezados. E a Folha não foi além do que o restante de boa parte da imprensa. Refiro-me às fraudes e as constantes acusações de abuso do Poder Público. Que os governantes sempre utilizam a máquina do Estado no sentido de apoiar seus candidatos, até que não nos é novidade! Mas não seria o momento de se repensar os limites e as formas de se julgar os abusos?"
Joubert Figueiredo (São Paulo, SP)

F-1 sem gosto de glória
"Ao término do campeonato de F-1 deste ano, a sensação que fica é de que nunca mais teremos emoções com este esporte que já nos trouxe tantas e tantas alegrias. Após a perda de nosso orgulho e ídolo nacional, presenciamos a vitória da falta de seriedade e caráter profissional de Michael Schumacher, que ganhou um título sem graça, sem adversários, sem gosto de glória."
Andréia Cristina Martins da Costa (São Paulo, SP)

Mulheres e religião
"Deparamos com um suplemento intitulado 'Mulheres no mundo, um novo feminismo ou o retorno do machismo?' (World Media Network, 8/11). Notamos com muito interesse o artigo da pág. 14, que expressa opiniões de sete religiosos de sete religiões diferentes. Talvez por uma desatenção, a Fé Bahá'í não foi convidada a se manifestar, considerando que ela é a única religião universal no mundo em que a mulher participa de todos os aspectos da vida comunitária bahá'í –participa tanto na condução das orações como na divulgação dos ensinamentos e administração de sua fé ao lado dos homens."
Virgínia Montéjó, coordenadora da Secretaria Nacional para Assuntos Externos da Comunidade Bahá'í do Brasil (Brasília, DF)

Concurso
"O 16º concurso de ingresso na carreira de juiz do trabalho do TRT da 2ª Região foi uma pantomima! Jamais tive notícia de algo tão mal organizado. A utilização de temas polêmicos em uma prova com questões de múltipla escolha demonstra a inabilidade de quem as elaborou. Não bastasse tal incidente, houve a impugnação de várias questões. Isto provocou a publicação de uma nova lista de aprovados (10/11). Surpresa! No dia 11/11, prazo final para efetuar a inscrição definitiva, o presidente da comissão do concurso expediu telegrama, comunicando a 'anulação do cancelamento das questões', o que nos reduziu ao estado anterior, com a inabilitação dos candidatos incluídos na lista de 10/11."
Carlos Alberto Lemes de Moraes (Osasco, SP)

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