São Paulo, quinta-feira, 17 de novembro de 1994
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Parque impressiona pela paisagem variada

MURILO GABRIELLI
DO ENVIADO ESPECIAL AO CHILE

O que mais impressiona no parque Torres del Paine é a diversidade sua paisagem, propiciada por uma situação geográfica "sui generis": uma caminhada de poucos quilômetros conduz às mais diferentes formações geológicas, microclimas e grupos de vegetação.
A cordilheira que lhe dá nome, apesar de baixa se comparada aos Andes (seu pico mais alto, o Grande Paine, tem 3.050 m), esbanja beleza e imponência (sua base, quase ao nível do mar, lhe confere uma aparência de maior altitude do que realmente possui).
As formações rochosas mais interessantes são as três torres e os dois cornos. São quase 50 picos no total, todos eles já escalados.
O parque possui três glaciares: o de Grey, o Pingo e o Francês. Os dois primeiros são braços do Campo de Gelo Sul, um bloco remansecente da última glaciação com 350 quilômetros de extensão. O último está localizado ao pé do pico Grande Paine.
O Torres del Paine possui um sistema hidrográfico independente e complexo, formado por vários lagos e lagunas e um rio principal, o Paine.
A água proveniente do degelo da neve o dos glaciares cumpre um tortuoso itinerário desde o lago Dickinson até o lago Toro.
Sua aparência leitosa e coloração azulada vai se tornando mais límpida com a passagem de um lago para outro, devido à deposição dos sedimentos que carregam.
Cada lago possui personalidade e atrativos próprios. Da área para piquenique da laguna Azul tem-se uma das mais belas vistas da cordilheira do Paine, além da companhia de bandos de patos e gansos selvagens.
Faz a comunicação entre os lagos Nordenskjõld e Pehoe o Salto Grande, principal das várias cacheiras que há no Paine.
O lago Grey é repleto de blocos de gelo flutuantes, desprendidos do glaciar de mesmo nome. Sua coloração azulada dá ao cenário uma aparência alienígena.
A vegetação varia do semi-árido das estepes patagônicas à exuberância dos bosques do carvalho nativo, a "lenga".

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