São Paulo, sexta-feira, 18 de novembro de 1994
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Militares vão apurar fraudes no Rio; totalização continua lenta

DA SUCURSAL DO RIO

A SAE (Secretaria de Assuntos Estratégicos) e os serviços reservados das Forças Armadas vão ajudar na apuração das fraudes eleitorais registradas no Rio nos dois turnos das eleições.
O corregedor regional Eleitoral do Estado, Paulo César Salomão, disse ontem que se reuniu com representantes da SAE e do comando das Forças Armadas que estão combatendo o crime organizado para definir a criação de uma central de apuração das fraudes.
A central, segundo Salomão, deverá entrar em funcionamento já na próxima semana, assim que forem encerradas as apurações dos votos do segundo turno das eleições. Ela será comandada por um juiz, ainda não escolhido até a tarde de ontem.
Somente no primeiro turno das eleições a Polícia Federal abriu 28 inquéritos para apurar crimes eleitorais, grande parte deles para apurar suspeitas de fraudes.
Até o dia 15 deste mês estavam presas 13 pessoas, e três estavam foragidas, incluindo o candidato a deputado estadual Sotero Cunha.
Anteontem foi preso João Braga Pires, 26, suposto presidente da 58ª seção da 117ª Zona Eleitoral, que desapareceu com todo o material no dia da eleição de terça-feira passada.
Braga se apresentou anteontem à noite em um batalhão da PM completamente embriagado, segundo a polícia. Ainda segundo a PM, Braga disse que foi sequestrado e que não lembrava o que tinha ocorrido com a urna. Ele foi encaminhado à Polícia Federal, onde permanece preso.
Também de acordo com Salomão, pelo menos um juiz está sob investigação como suspeito de participação em fraude no segundo turno. Ele não revelou o nome.
A lentidão na totalização de votos continuava preocupando o TRE do Rio. O corregedor Paulo César Salomão disse que se durante a noite a situação não se normalizasse algo estaria errado.
No final da tarde de ontem estavam totalizados 28% dos votos para deputados (eleições proporcionais) e 38% para governadores (majoritárias). "O gargalo ainda está na digitação e transmissão de dados", disse Salomão. Mas o clima ontem no TRE do Rio já era menos tenso que no dia antarior em relação à demora na apuração.

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