São Paulo, sexta-feira, 18 de novembro de 1994
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Agora, Exército quer invasão 'inteligente'

FERNANDO RODRIGUES
ENVIADO ESPECIAL AO RIO

O Exército divulgou ontem que pretende reduzir ao máximo os riscos de uma invasão das favelas do Rio. Quando essa operação for realizada ela será "inteligente".
O termo "inteligente" foi utilizado pelo porta-voz da operação de combate ao tráfico de drogas e ao contrabando de armas no Rio, coronel Ivan Cardozo.
"Inteligente significa racional, ponderada, equilibrada, sensata. Uma operação desse tipo não será cinematográfica", disse o porta-voz do Exército.
A Folha já havia antecipado na sua edição de ontem que a subida aos morros seria uma fase apenas posterior ao que o Exército chama de operação de saturação dos narcotraficantes.
Agora, o Exército também resolveu tornar pública essa estratégia de priorizar as ações de patrulhamento. Antes, os militares se recusavam a comentar publicamente o assunto.
O anúncio da invasão "inteligente" foi feito espontaneamente pelo coronel Cardozo. Falou sobre isso duas vezes: na entrevista coletiva que concedeu de manhã e na realizada no final da tarde.
Cardozo também anunciou ontem que, a partir de hoje, atenderá a imprensa apenas uma vez por dia. O "briefing" matinal diário, das 11h, foi cancelado. Não deu explicação para a mudança.
Bloqueio de estradas
O controle nas estradas, portos, aeroportos e terminais rodoviários foi intensificado ontem em todo o Estado (leia texto ao lado). Essa é a prioridade do Exército.
O militares querem ter segurança absoluta de que estão controlando todas as vias de acesso ao Estado. Só depois disso partirão para ações mais pontuais, inclusive nas favelas da cidade.
O Exército voltou a dizer ontem que está fornecendo armamentos para o Batalhão de Choque e para o Batalhão de Operações Especiais, ambos da Polícia Militar.
"Foi entregue uma quantidade grande de armas para dotar aquelas unidades", afirmou Cardozo. São, na maior parte, fuzis automáticos leves, conhecidos como FAL.

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