São Paulo, sábado, 19 de novembro de 1994 |
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Articulação tenta barrar Sarney no Senado
EUMANO SILVA
A estratégia do grupo prevê uma campanha em favor da ética no Senado. A idéia é tentar caracterizar Sarney como um político ligado ao fisiologismo, o que seria incompatível com esses princípios éticos. Uma reunião realizada ontem no gabinete do senador José Fogaça (PMDB-RS) traçou uma tática contra a eleição de Sarney. Além de Fogaça, participaram do encontro os ministros Beni Veras (Planejamento) e Élcio Álvares (Indústria e Comércio). Veras (PSDB) e Álvares (PFL) reassumem seus mandatos no Senado em janeiro. O nome preferido do grupo para presidir o Senado é o de Pedro Simon (PMDB-RS), que até agora não assumiu a candidatura. Os três participantes da reunião trabalham com a certeza de que o presidente eleito, Fernando Henrique Cardoso, embora não se pronuncie publicamente, se opõe à eleição de Sarney. Regimento Na reunião, também ficou decidido que o movimento pela ética inclui alterações no regimento interno do Senado. Há, por exemplo, a proposta de que os principais cargos administrativos sejam aprovados pelo plenário, e não mais indicados pelo presidente. Além da moralização, esse grupo de senadores também quer mudar o regimento com o objetivo de acelarar a tramitação de projetos. Um desses mecanismos seria a redução do número de membros das comissões para facilitar o quórum. Sarney, atualmente, é favorito na disputa. Políticos ligados a ele contabilizam 12 votos do total de 22 senadores do PMDB. Como o PMDB deve indicar o presidente, cabe à bancada do partido realizar a escolha. Embora possa ter maioria na bancada, Sarney não tem a simpatia da direção do partido. Contra o ex-presidente, há o fato de que ele foi adversário do partido até a formação da Aliança Democrática, que, em 1985, elegeu Tancredo Neves presidente. Por essa interpretação, Sarney não seria um legítimo representante do PMDB, até porque seus filhos Sarney Filho (deputado) e Roseana Sarney (governadora eleita do Maranhão) são do PFL. Outro lado A Folha procurou ontem o ex-presidente em suas casas no Maranhão. A informação é de que ele estaria em Brasília. Em seu gabinete no Senado e em sua casa, em Brasília, ninguém soube informar onde está o senador. Texto Anterior: Para Genoino, acordo não afeta candidatura Próximo Texto: Eleito tenta aprovar lei das concessões Índice |
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