São Paulo, sábado, 19 de novembro de 1994 |
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Chacinas mataram 53 em quatro anos
BRUNO ZENI
Destes, 24 eram menores de idade e nenhum deles tinha antecedentes criminais. A polícia do Rio suspeita que os responsáveis pelas chacinas de Vigário Geral, Acari e Candelária pertençam a um grupo de extermínio formado por policiais, que se denominam "Cavalos Corredores". Os policiais teriam se aglutinado quando atuavam no 9º Batalhão da PM, situado a uma quadra da favela de Vigário Geral (zona norte). O massacre da favela aconteceu na noite de 29 de agosto de 1993. Soldados da PM encapuzados e à paisana mataram 21 moradores da favela. O massacre foi uma represália pelo assassinato, supostamente por traficantes, de quatro policiais do 9º Batalhão da PM, ocorrido um dia antes. Em setembro do mesmo ano, 33 pessoas foram indiciadas pelos crimes (28 policiais militares, três policiais civis e dois informantes da polícia). Destes, 29 aguardam julgamento presos. Na madrugada de 23 de julho de 93, oito meninos de rua foram mortos a tiros em frente à igreja da Candelária (centro), onde costumavam dormir sob marquises. O massacre seria vingança contra menores que teriam apedrejado um carro da PM na véspera. Os quatro policiais suspeitos pela chacina serão levados a julgamento por um júri popular com data ainda não definida. Em agosto de 1990, 11 adolescentes moradores da favela de Acari (zona norte) foram sequestrados em um sítio em Magé (40 km do Rio) e desapareceram. Os corpos nunca foram encontrados. Revoltadas, as mães dos adolescentes mortos formaram um grupo, que ficou conhecido como "Mães de Acari", que lutava pelo esclarecimento do caso e a punição dos culpados. Cinco policiais foram citados no inquérito sobre o caso, mas não chegaram a ser denunciados por falta de provas. Uma das mães de Acari foi assassinada no ano passado depois de participar de reunião para tentar esclarecer o caso. A última chacina na cidade aconteceu em 18 de outubro deste ano. Em uma ação na favela Nova Brasília, em Bonsucesso (zona norte), a PM matou 13 pessoas. Quatro eram menores de idade, sem antecedentes criminais. Texto Anterior: Testemunhas de chacina no Rio reconhecem três PMs Próximo Texto: Militares são acusados por desvio de armas Índice |
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