São Paulo, sábado, 19 de novembro de 1994
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Exército tem plano de intervir contra o crime no Rio desde maio

DO BANCO DE DADOS

A suposta relação do jogo do bicho com o tráfico de drogas é uma das causas da ação do Exército no Rio de Janeiro. Por causa do escândalo do bicho, o Comando Militar do Leste já tinha preparado, em maio deste ano, um plano de intervenção federal no Estado.
Dois meses antes, em 30 de março, a polícia do Rio promoveu uma ação de repressão ao jogo do bicho e invadiu a fortaleza de Castor de Andrade. A contabilidade dos negócios do bicheiro, de veracidade contestada, demonstrava a ligação do jogo com o tráfico e revelava doações em dinheiro a juízes, personalidades públicas e 62 políticos.
A lista de doações continha, entre outros, os nomes do ex-presidente Fernando Collor, do prefeito de São Paulo, Paulo Maluf, do governador do Rio, Nilo Batista, do prefeito do Rio, César Maia, do atual governador eleito do Rio, Marcello Alencar, e do presidente da Fifa João Havelange.
Em consequência, o procurador-geral do Rio, Antônio Carlos Biscaia, denunciou 63 pessoas por formação de quadrilha e pediu prisão preventiva de 11 dos citados na lista. Nada ficou provado contra os suspeitos.
Na época do escândalo, Castor estava desaparecido. Em 21 de maio de 93, a juíza Denise Frossard havia condenado Castor e mais 13 banqueiros do jogo do bicho a seis anos de prisão por formação de quadrilha.
Castor na ocasião obteve um habeas-corpus e fugiu. Foi preso novamente em 26 de outubro, passeando pelo Salão do Automóvel, em São Paulo.

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