São Paulo, sábado, 19 de novembro de 1994
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Banco Seller sofre liquidação extrajudicial

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Banco Central decretou ontem a liquidação extrajudicial do banco Seller, sediado em São Paulo. O banco teve seus problemas de caixa agravados após o arrocho ao crédito promovido pelo governo no mês passado.
O Seller, que possuía agências em Campinas, Ribeirão Preto, Porto Alegre e Rio de Janeiro, tinha grande parte de suas operações de crédito concentradas em empréstimos diretos a consumidores.
Esse tipo de operação foi desestimulada pelo governo, que criou um recolhimento compulsório ao BC de 15% do valor de cada empréstimo ou financiamento.
Há pelo menos 30 dias o Seller não conseguia pagar uma dívida de R$ 13 milhões junto ao BC, contraída para o cumprimento de pagamentos diários. O BC liquidou também a corretora e a distribuidora de valores do grupo.
Segundo o diretor de Fiscalização do BC, Édson Sabino, o Seller enfrentava problemas estruturais desde antes do lançamento do real. O banco, disse, captava e emprestava dinheiro de forma "descasada" –em prazos diferentes.
O Seller obtinha recursos através de CDIs (Certificados de Depósito Interbancário), títulos privados de curto prazo, e emprestava a prazos de 12 a 36 meses.
Os administradores do Seller –Nilton José Sobrinho, Júlio Caio Corte Leal e Rubens Tufik Curi– tiveram seus bens colocados em indisponibilidade pelo BC. Eles pretendem retomar o banco após a liquidação.

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