São Paulo, sábado, 19 de novembro de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Diretor do Festival de Nova York fala no MIS

JOSÉ GERALDO COUTO
DA REPORTAGEM LOCAL

O diretor do Festival de Cinema de Nova York, Richard Peña, 41, chega hoje a São Paulo com dois compromissos na agenda: segunda-feira, às 19h, no Museu da Imagem e do Som (MIS), ele faz uma palestra sobre cinema americano contemporâneo; durante a semana, assiste e seleciona curtas e vídeos do Brasil, Argentina e Chile para levá-los a uma mostra internacional itinerante em 1995.
A mostra, promovida pela Fundação Vitae em parceria com as fundações norte-americanas Rockefeller, MacArthur e Lampadia, percorrerá um circuito ainda não definido de cidades da Europa, Estados Unidos, Canadá e América Latina (incluindo o Brasil).
Na seleção dos curtas e vídeos, pré-selecionados por curadores nacionais de Argentina, Brasil e Chile, Pe¤a terá o auxílio de Hermann Nõring, diretor do Festival de Osnabrück (Alemanha).
No Brasil, o projeto é coordenado por Carlos Augusto Calil, da Vitae, ex-presidente da Embrafilme e ex-diretor da Cinemateca Brasileira.
A palestra de Richard Peña no MIS será ilustrada por trechos dos filmes comentados. Peña disse à Folha por telefone, de Nova York, que tentará mostrar em sua palestra que não existe apenas um, mas vários cinemas americanos contemporâneos: "Há o cinema industrial, há o cinema independente, há os filmes de vanguarda de Nova York e outros centros".
Um indicador da "integração" de Tarantino seria o fato de que seus filmes são hoje distribuídos pela Miramax, uma divisão da Disney. "Hoje os filmes independentes de diretores como Spike Lee e Tarantino são primeiros passos para a entrada na grande indústria", diz Peña, que fala um português quase perfeito, fruto de sua graduação em estudos latino-americanos na Universidade de Nova York e de uma temporada de oito meses no Brasil (Rio e São Paulo).
Quanto aos filmes "underground", ele diz que, embora sobrevivam em alguns centros, como Nova York, deixaram de ter a mesma energia de seus congêneres dos anos 60 ou 70. "Hoje a experimentação mais radical está muito mais no vídeo, que de certo modo desalojou o super-8."
Richard Peña é um bom conhecedor do cinema brasileiro. "Ainda hoje me impressiono com os filmes da época do Cinema Novo e com as produções 'underground' de Bressane e Sganzerla."
Apesar dos elogios a "A Causa Secreta", a obra de Bianchi não foi selecionada para a edição deste ano do Festival de Nova York, evento não-competitivo que, desde 1963, serve de porta de entrada para filmes estrangeiros nos EUA.

Texto Anterior: Deneuve e Malkovich estão no 'Convento'
Próximo Texto: Entrevista com Patrick Dupond, diretor artístico do balé da ópera de Paris
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.