São Paulo, sábado, 19 de novembro de 1994
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Eleições baianas; Mulheres no Irã; Troca de tapas; Gerações de tontos; Campanha no Pará; Ombusdman na TV; Educação no trânsito

Eleições baianas
"O sr. (Clóvis Rossi) não acreditou nas pesquisas, inclusive do Datafolha, acredite agora, pelo menos para fingir-se democrata, no veredicto das urnas, que é a melhor resposta que eu posso lhe dar. No caso de sua crença em suposições de fraude em eleição para o Senado, sem citar um fato ou sequer um indício, é mais fácil supor, o que eu não penso ser verdadeiro, embora muitas pessoas estejam assim pensando, que só motivos escusos levariam um articulista a defender, sem qualquer motivo, a segunda ou primeira pior prefeita do Brasil (vide Datafolha). Terei, quem sabe, oportunidade de dizer ao sr. verdades que sei sobre seu caráter, que são piores e bem mais graves do que as mentiras que escreve a meu respeito. Não seja covarde."
Antônio Carlos Magalhães, senador eleito pelo PFL-BA (Salvador, BA)

Resposta do jornalista Clóvis Rossi – Covardes não assinam o que escrevem. Eu assino em vez de ficar fazendo insinuações, bem ao contrário do sr. Antônio Carlos Magalhães, que, pelo último parágrafo de sua carta, apenas dá razão ao que foi por mim escrito, ou seja, que sempre esteve do lado da truculência. Louve-se a sua coerência: continua truculento.

Mulheres no Irã
"Com referência ao artigo intitulado 'Meninas sofrem tortura e pena de morte no Irã' no caderno especial 'World Media' (8/11), a República Islâmica do Irã informa: 1) ao contrário da narração fictícia do autor do artigo, a Constituição iraniana impede a tortura e ninguém pode ser perseguido pela expressão de sua opinião. 2) A autora do artigo, sra. Betty Mahmoody, é uma americana que depois de se divorciar de seu marido iraniano, com decepção e insucesso na vida conjugal, se dá o direito de falar em lugar de todos os iranianos e faz forte propaganda negativa contra o Irã e os iranianos. 3) A forma de vestir das iranianas tem inspiração na cultura iraniana e islâmica. Ninguém deve se dar o direito de insultar o fato de que um povo segue sua cultura ou usa sua roupa tradicional. 4) No Irã as mulheres desfrutam dos mesmos direitos que os homens e elas constituem uma grande parte da força de trabalho no país."
Ali Majdi, embaixador da República Islâmica do Irã (Brasília, DF)

Troca de tapas
"A respeito da matéria 'Itamar testa a popularidade', publicada neste jornal, na última terça-feira, dia 15, relatando os incidentes ocorridos durante o show de Caetano Velloso, no Cine-Teatro Central em Juiz de Fora, esclareço o seguinte: 1) não troquei tapas com um estudante; 2) não faz parte de minha índole, ainda que fosse provocado, usar da violência física para fazer face a provocações ou agressões verbais; 3) após a apresentação de Caetano Velloso, fui pessoalmente à polícia solicitar a liberação e prestar solidariedade às pessoas presas, entre elas o presidente do DCE da Universidade Federal de Juiz de Fora, Luiz Eduardo de Oliveira."
Custódio Mattos, prefeito de Juiz de Fora (Juiz de Fora, MG)

Resposta da repórter Silvana de Freitas – A reportagem da Folha assistiu à briga do prefeito com um estudante após o protesto contra a suspensão da meia-entrada.

Gerações de tontos
"A respeito do artigo do sr. Otavio Frias Filho publicado no dia 17/11, gostaria de fazer as seguintes observações: em um de seus livros, o conhecido escritor John Steinbeck diz que um verdadeiro professor deve amar o que faz; mais do que falar sobre o conhecimento, deve catalisar um ardente desejo de conhecer; sob sua influência os horizontes se dilatam, o temor desaparece e o desconhecido se torna conhecível. Acima de tudo, a verdade torna-se bela e preciosa. Para conseguir isso não há receitas, tanto podendo-se dar aulas expositivas, quanto seminários ou outras técnicas didáticas. Os problemas da educação brasileira têm causas intra e extra-escolares, como mostra farta literatura. Desse modo, equivocou-se o sr. Otavio Frias Filho quando opôs aulas expositivas (competentes) a seminários (incompetentes), reduzindo a complexa problemática a apenas um fator (intra-escolar), dando-lhe um papel de determinante e não de determinado. Concordo que a sala de aula é o grande espaço a ser privilegiado no imenso trabalho de reconstrução educacional (e há muito trabalho ruim ali sendo feito), mas é muito esquemático reduzi-la a duas técnicas de ensino. E não ver que as 'gerações de tontos' não se explicam por elas."
Maria Eugênia Castanho, professora da Faculdade de Educação da PUC de Campinas (Campinas, SP)

Campanha no Pará
"Lamentamos informar que, do título ao texto, está tudo errado na matéria de domingo (13/10) na Folha sobre as eleições no Pará, no que diz respeito ao marketing eleitoral. Não é verdade, como diz o título, que a 'ajuda da equipe de FHC reverte quadro e eleva chances de tucano'. Até gostaríamos que a ajuda tivesse existido mas, se houve, com certeza não foi para nós. Primeiro, não se reverte um quadro já revertido. Almir Gabriel tinha, em maio, 17 pontos nas pesquisas contra 58 de seu adversário. A eleição no primeiro turno já terminou empatada: 37 a 37. No segundo turno, tivemos uma ajuda sim, a da MCI Marketing e Comunicação Institucional, que fez quatro pesquisas consideradas por nós importantes para a realização do trabalho de marketing. Nada mais."
Orly Bezerra e Afonso Klautau, coordenadores de marketing da campanha de Almir Gabriel (Belém, PA)

Resposta do jornalista Abnor Gondim – A ajuda se deu com a produção de material de propaganda e com o fornecimento de pesquisas de intenção de voto contratadas pela assessoria de Fernando Henrique Cardoso. O valor dessas despesas não foi revelado. Sobre o título, ver nota na seção Erramos.

Ombudsman na TV
"Por que não criar a figura do ombudsman para as TVs como já existe para os jornais, com o objetivo de criticar todas as programações sob a perspectiva do telespectador?"
Heitor Luis Camargo Ramos (São Paulo, SP)

Educação no trânsito
"É lamentável o trecho da carta do leitor Miguel B. Yazbeck publicado pela Folha em 11/11. A animalização de alguns motoristas de ônibus é uma das consequências da falta de educação no trânsito. Garanto que muitos motoristas de automóveis se comportariam da mesma maneira em um ônibus."
Fernando Paiva (São Paulo, SP)

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