São Paulo, domingo, 20 de novembro de 1994
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Covas aposta no PMDB para ter maioria

AMÉRICO MARTINS
DA REPORTAGEM LOCAL

O governador eleito de São Paulo, Mário Covas (PSDB), vai montar um bloco de apoio ao seu governo que deve ter a maioria da Assembléia Legislativa do Estado.
Covas já afirmou que pretende estabelecer um relacionamento com os partidos e não negociar individualmente com os deputados estaduais. Pelo menos duas legendas importantes já dão sinais de que podem apoiar o futuro governador –o PMDB e o PL.
Caso esses apoios sejam confirmados e as bancadas permaneçam unidas, Covas já alcançaria a maioria absoluta na Assembléia, com o apoio de 50 deputados: 23 do PMDB, 5 do PL e 22 da coligação que o elegeu (PSDB-PFL). No total, a nova Assembléia terá 94 deputados.
Além disso, o governador eleito pode colher mais adesões em outros partidos, como o PPR e até o PC do B.
Esta semana, o presidente estadual do PSDB, deputado federal Geraldo Alckmin Filho, vai dar início às conversas para formação do bloco de apoio ao governo.
Segundo Alckmin, os primeiros partidos a serem procurados serão os que apoiaram Covas no segundo turno –o PT, o PPR, o PSB, o PTB e o PL.
O PMDB só será procurado depois, com uma ordem expressa do novo governador.
Ainda não existe uma avaliação exata de como será o relacionamento de Covas com o partido, cujo controle está dividido entre Orestes Quércia e o atual governador, Luiz Antônio Fleury Filho.
Apesar disso, o presidente estadual interino do PMDB, deputado estadual João Leiva, garante que o partido não fará oposição a Covas. Segundo ele, a decisão vai ser da bancada eleita, mas "a tendência é de apoio".
Na avaliação de Leiva, a nova bancada vai buscar o entendimento com os tucanos. Ele lembra também que essa negociação será facilitada porque Covas tem relações de amizade com vários deputados eleitos.
O PL já confirma o apoio formal ao novo governo. O presidente estadual do partido e deputado estadual eleito, Gilberto Kassab, afirma que essa posição é "natural", já que o tucano foi apoiado pelo partido no segundo turno.
Em contrapartida, o PT deve se manter na oposição, como foi decidido no Encontro Estadual da legenda que decidiu o apoio a Covas no segundo turno.
Apesar disso, segundo os presidentes estadual e nacional do partido, Arlindo Chinaglia e Rui Falcão, o PT está disposto a conversar com o novo governador.
Mas Chinaglia e Falcão negam que a legenda possa integrar qualquer bloco formal de sustentação do governo.
A situação ainda permanece indefinida no PPR. Segundo o seu presidente estadual, Jorge Yunes, uma reunião será convocada para discutir a posição a ser adotada pela bancada na Assembléia.
Apesar disso, ele acha que Covas é visto com "simpatia" por boa parte do partido.
O PC do B também se mantém indefinido. O partido vai se reunir nos dias 10 e 11 de dezembro justamente para discutir a questão.

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