São Paulo, domingo, 20 de novembro de 1994
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Sarney quer modernização do Senado

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O senador José Sarney (PMDB-AP) pretende imprimir um tom "modernizador" ao discurso de sua campanha para a eleição do novo presidente do Senado. A providência será uma resposta ao grupo de senadores que se opõe às suas pretensões.
Sarney foi surpreendido ontem com notícia publicada pela Folha, sobre o início de articulações para tentar barrar a sua eleição para a presidência da Casa.
Os oponentes do ex-presidente preferem a escolha de Pedro Simon (PMDB-RS), atual líder do governo no Senado. Planejam associar a imagem de Sarney ao atraso, ao fisiologismo.
"Quero modernizar a instituição", disse o senador do Amapá. "Sou, aliás, pioneiro nessa área. Participei da criação do centro de pesquisa e assessoria do Congresso, que deu origem ao Prodasen (central de processamento de dados do Senado)".
Sarney condicionou o plano de presidir o Senado à vontade da bancada do PMDB. "Creio que minha indicação dignificaria o partido. Mas, evidentemente, é preciso que eu seja indicado".
O regimento interno do Senado prevê que o presidente da Casa sairá dos quadros do partido com maior representação –no caso o PMDB, que vai deter 22 cadeiras a partir de 95.
Além de Sarney e de Simon, este último um candidato não-declarado, também o senador eleito Iris Rezende (PMDB-GO) declara-se disposto a concorrer ao cargo.
Sarney recebeu ontem pela manhã um telefonema do senador Élcio Álvares. Ele havia participado na véspera de encontro no gabinete de outro senador, José Fogaça (PMDB-RS), no qual se discutiu, entre outros temas, a sucessão no Senado.
Álvarez disse a Sarney que, de sua parte, não tomaria parte do movimento de oposição ao nome do ex-presidente. Afirmou também que a tônica do encontro na sala de Fogaça não foi a questão do Senado, mas o debate sobre Orçamento da União.

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