São Paulo, domingo, 20 de novembro de 1994
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Denúncia motivou CPI em 1988

DA REDAÇÃO

Jorge Murad foi envolvido em uma denúncia de intermediação de verbas federais para o Estado do Maranhão, junto com outros integrantes da família Sarney, em fevereiro de 1988.
Uma lista publicada pela Folha indicou o nome do solicitante e a destinação dos recursos. Na lista, Murad pedia Cz$ 200 milhões (aproximadamente US$ 2,2 milhões) para obras de infra-estrutura da Prefeitura de Pinheiro (MA).
À época, Murad era ex-genro e secretário particular do então presidente José Sarney. Hoje, voltou a viver com Roseana Sarney, filha do ex-presidente.
A lista teve origem em um pedido "reservado" de ajuda financeira ao Maranhão, feito pelo presidente Sarney, em 8 de abril de 1987, ao então ministro do Planejamento, Aníbal Teixeira.
Cada pedido era lançado na lista com o valor e o nome dos "padrinhos", como eram chamados os intermediários.
Em 1988, foi criada a CPI da Corrupção para investigar o caso. Na maioria das sessões, Murad era citado, mas, de concreto, a CPI conseguiu provar somente a interferência na liberação de verba.
Houve resistências à convocação de pessoas ligadas à Presidência para depor na CPI.
Murad depôs em 4 de agosto de 1988 e confirmou que Sarney liberou verbas ciente de que elas não tinham cobertura no Orçamento. A CPI foi arquivada no final do governo Sarney.
Irmão
O irmão de Jorge Murad, Ricardo, foi candidato pelo PSD ao governo do Maranhão este ano. Durante a campanha, foi o autor das principais denúncias sobre uso da máquina estadual em favor de sua cunhada Roseana.
Em 30 de setembro, Ricardo Murad acusou, no horário eleitoral, o presidente do TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do Maranhão, José Pires da Fonseca, de estar engajado na campanha de Roseana.
O programa foi censurado pelo TRE porque exibia uma foto em que Pires da Fonseca veste uma camiseta de propaganda de Edison Lobão (senador eleito pelo PFL), ao lado de Sarney.

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