São Paulo, domingo, 20 de novembro de 1994
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Patrimônio preserva vegetação da área

CARMEN BARCELLOS
FREE-LANCE PARA A FOLHA

A vegetação que cobre mais da metade dos 5.396 m2 do terreno do Banerj na avenida Paulista não pode ser derrubada.
A preservação, determinada pela prefeitura, em 72, foi ratificada pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico de São Paulo), em 85.
Apesar da introdução de novas espécies, a determinação considera que se trata de vegetação remanescente da Mata do Caaguaçu, original do espigão da Paulista, e forma conjunto com as árvores do casarão mourisco, de 1905, que fica ao lado e foi tombado pelo Patrimônio em dezembro de 92.
Jacarandás com altura de 25 metros, cedros, figueiras, canelas e pés de café estão entre as 33 espécies que compõem a área verde.
Atualmente, as árvores fazem sombra para os carros de funcionários e clientes do Banerj, que usam a parte descampada do terreno como estacionamento. Um segurança do banco toma conta do local.
O terreno foi comprado por Alexandre Thiollier, no final do século passado. Em 1903, foi construído o que seria a "casa de campo", batizada de Vila Fortunata, em homenagem à mulher.
Depois, ficou para o filho, René de Castro Thiollier. Em setembro de 72, os filhos de René, Alexandre e Maria Nazareth, receberam a casa como herança. Em 74, o imóvel foi vendido para a Enibra Empreendimentos Imobiliários Brasileiros e para o Banco Crefisul.
Em 75, nova negociação transferiu-o para a Cyrel Comercial Imobiliária e para o banco Halles. Com a falência deste, em 76, foi usado como pagamento de dívida ao Banco do Estado da Guanabara, incorporado, em 78, ao Banerj.
Em agosto de 93, o Condephaat aprovou o projeto de construção de um prédio de 20 andares, solicitado pelo Banerj ao escritório de arquitetura Botti e Rubin e que está incluído na venda do terreno.
O prédio, com loja e escritórios, teria cerca de 25 mil m2 de área construída, sobre laje de 51,10 m x 50,86 m, no mesmo alinhamento do edifício Park Paulista, em construção nos fundos do "mourisco".
Segundo José Carlos de Almeida, 56, presidente do Condephaat, com a desapropriação do casarão mourisco (cujo processo está em andamento) seria possível derrubar os muros que o envolvem, transformando o espaços entre ele e os edifícios em jardim público.
(CB)

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