São Paulo, domingo, 20 de novembro de 1994 |
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'Pool' viabiliza franquia com pouco capital
NELSON ROCCO
O sistema, que começa a ser adotado por algumas redes, prevê a divisão do capital inicial entre os participantes e delega a responsabilidade de operação para um ou dois sócios. Ana Cristina Nogueira, 24, apostou na novidade. Investiu US$ 20 mil e abriu, com nove sócios, a Pastel & Amor do shopping Ibirapuera, em São Paulo. A casa funciona desde outubro e Ana Cristina –que participou com 10% do total investido– é responsável pela operação. Para ela, o "pool" foi a saída para poder ter uma loja. "Sozinha não teria condições de abrir um negócio", diz. Mônica Pedrassi, 28, e a cunhada Silvia Helena Pedrassi, 28, investiram US$ 6.500 e US$ 13 mil, respectivamente, e hoje são sócias de uma franquia da pizzaria Micheluccio, no largo do Arouche (região central de São Paulo). Inaugurada em 20 de setembro, a casa tem 11 sócios, que, juntos, investiram US$ 130 mil, fora o ponto (US$ 60 mil). Mônica e Silvia são as operadoras do negócio (administram a pizzaria) e recebem R$ 1.000 cada uma, a título de pró-labore. As duas dizem estar satisfeitas com a atividade. O faturamento de outubro ficou em R$ 50 mil, acima das perspectivas iniciais de R$ 30 mil determinadas pelo franqueador. O sistema de cooperativa de franqueados é uma criação brasileira e ainda está em fase de adaptação. A maioria das casas que funcionam dessa forma tem menos de um ano. Hugo Crespi, 37, diretor da consultoria Franchise & Associados, diz que já auxiliou a criação de 40 cooperativas de franqueados. Segundo ele, a procura por informações sobre franquia sempre é grande entre pessoas com menos da metade do capital para entrar em um negócio, daí a viabilidade do consórcio. Pesquisa realizada em 1993 pela consultoria Cherto & Rizzo Franchising, com 150 interessados em abrir franquia, mostra que 21,2% afirmaram ter até US$ 15 mil para comprar uma franquia. Outros 42% disseram ter entre US$ 16 mil e US$ 46 mil. Nos grupos montados pela Franchise & Associados, o número de sócios é sempre dez e o investimento dividido em dez partes. "Cada sócio deve ter ao menos 10% e não é permitido que uma pessoa entre com mais de 40%", diz Crespi. Os contratos definem as regras de funcionamento da cooperativa, o papel do operador, dos investidores e suas responsabilidades. O operador recebe um rendimento mensal, que é contado como despesa da empresa. Como é responsável pela administração, caso o negócio dê lucro, é ele quem determina o valor que será dividido entre os sócios. Próximo Texto: Para consultores, sistema exige cuidados Índice |
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