São Paulo, domingo, 20 de novembro de 1994
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Tatyane Goulart vira revelação e xodó de 'Quatro por Quatro'

RONI LIMA
DA SUCURSAL DO RIO

Com seu ar angelical e sorriso brejeiro, a atriz Tatyane Goulart, 11, não faz sucesso apenas como a Ângela da novela global das 19h, "Quatro por Quatro". Hoje ela também é o xodó de vários atores, diretores e produtores da emissora.
"Além de talentosa, é uma gracinha. Todos aqui adoram ela", afirma a atriz Betty Lago que, na pele da sofisticada Abigail –a tia Bibi–, ajuda a criar e atura as travessuras de Ângela.
Mas não é só o talento que diferencia Taty –como é tratada carinhosamente– de outros globais. Apesar do sucesso precoce, ela vem demonstrando maturidade suficiente para se livrar da afetação que assola algumas estrelas da casa.
"A simplicidade dela é uma coisa muito bonita. Está sempre sorrindo e atende com carinho às pessoas que a procuram", diz a pedagoga da Globo Rosangela Ferreira.
Isso não significa, no entanto, que a jovem atriz aceite qualquer tipo de assédio –só o "bem educado", diz. "Tem gente que vem me apertar para ver se sou de verdade. Fico de saco cheio disso", avisa.
Uma vez, diante do cerco de um grupo de fãs mais afoitos, num shopping do Rio de Janeiro, a atriz não fez por menos: fugiu correndo pelos corredores.
Esse jeito de criança espevitada é uma das semelhanças entre Taty e sua personagem, Ângela, que também saiu correndo pelos corredores do hospital onde foi buscar o pai Bruno (Humberto Martins), que ainda não conhecia.
Mas as analogias da atriz com sua personagem não são tantas assim, garante. "A Ângela não tem muito a ver comigo não. Acho que ela não pensa muito antes de fazer as coisas", analisa Tatyane.
Filha de pais separados e moradora do Méier (zona norte do Rio), Taty se parece com muitas meninas de sua idade e classe social: adora andar de patins e curtir os peixes de seu aquário.
Mas, ao contrário da maioria das crianças de sua faixa etária, Taty já assume compromissos e responsabilidades que muita gente grande ainda não consegue. "Ela é muito racional", diz Rosangela.
Este pé no mundo adulto fez com que, aos sete anos, a pequena Taty fosse matriculada pela família num curso infantil para modelos e manequins.
Jamais havia passado por sua cabeça o sonho de ser atriz. Qual, então, não foi a sua surpresa ao ser procurada, aos oito anos, por profissionais da Globo para fazer um teste. Buscavam uma menina loira e de olhos azuis para o papel de Bia –a filha de Maitê Proença em "Felicidade".
Passou no teste. "Gostei da idéia de ser atriz. Quis ver como é que era", conta a garota.
Mas sua maior alegria não foi a de ter se tornado uma atriz global, e sim a de realizar um sonho antigo, o de contracenar com seu ídolo Tony Ramos. "Fiquei meio assim: será que isso é verdade?", lembra a atriz.
Era verdade. Quatro anos depois e com outros trabalhos na bagagem –como a novela "O Mapa da Mina"–, Tatyane esqueceu o deslumbramento inicial e hoje demonstra estar contagiada pela carreira. "Eu já entro aqui na maior alegria. Tenho muitos amigos na Globo", diz.

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