São Paulo, segunda-feira, 21 de novembro de 1994
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Grupo une tradição oriental a agrobusiness americano

NELSON BLECHER
DO ENVIADO ESPECIAL

Donos de 80 colheitadeiras da marca norte-americana John Deere, que formam a maior frota em operação na América Latina, os Maeda creditam o crescimento da empresa à unidade do clã.
Decisões estratégicas são aprovadas nos fins de semana, quando os sete herdeiros se reúnem em torno da mesa de jantar do patriarca Takayuki.
"Constituímos um grupo radicalmente familiar", diz Pedro Maeda, 35. "Jamais houve uma reunião conflituosa. Tudo é costurado com antecedência".
O tradicional estilo oriental de transplantar a hierarquia familiar para a gestão do negócio é vantajoso, opina ele, por evitar desgastantes guerras de poder.
Detalhe: Pedro é diplomado em administração pela Fundação Getúlio Vargas (SP).
No campo, porém, a regra é outra. "Praticamos o 'benchmarking' antes que essa expressão virasse moda", diz Jorge Maeda, ao se referir à prática que consiste em adaptar modelos bem-sucedidos de outras empresas.
Visitas feitas a cotonicultores estabelecidos na região sulista dos EUA inspiraram, em 1979, a montagem de um pioneiro armazém graneleiro da região. "Até então a estocagem era feita em sacos de juta", conta Jorge.
O mesmo ocorreu com contêineres modulares que lembram gaiolas e acondicionam o algodão colhido para ser transportado à usina de processamento.
Agora estão sendo produzidas "máquinas de fardão", capazes de compactar dez toneladas de algodão. "Pagamos 'royalties' pela licença e estimulamos empresas locais a desenvolver essas máquinas", diz Pedro.
A mecanização cortou custos de todo lado. "No passado fazíamos uma safra com 300 caminhões. Hoje bastam 15", exemplifica Jorge.
Mirando o deserto da Califórnia, ele projeta implantar fazenda modelo de algodão no Nordeste brasileiro, a região que ostenta o menor índice de produtividade do país.
"Os americanos do Vale de São Joaquim aproveitam águas do degelo que, canalizadas ao longo de 200 quilômetros, irrigam uma das áreas de cultivo mais extensivas e evoluídas do mundo", admira-se

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