São Paulo, segunda-feira, 21 de novembro de 1994
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Menem começa campanha eleitoral

SÔNIA MOSSRI
]DE BUENOS AIRES

O presidente da Argentina, Carlos Menem, começou oficialmente a campanha à reeleição na noite de sábado, prometendo construir 300 mil casas populares por ano e recuperar as ilhas Malvinas, perdidas para o Reino Unido em 82, antes do ano 2000.
O Partido Justicialista fretou ônibus para trazer militantes menemistas das províncias, no objetivo de tentar reunir 100 mil pessoas no comício.
Não conseguiu. De acordo com a Polícia Federal, cerca de 65 mil pessoas participaram do ato.
Brigas entre partidários de diferentes correntes do Partido Justicialista provocaram conflitos envolvendo 50 militantes, que resultaram em 22 feridos, antes da chegada do presidente, às 17h (18h no Brasil).
Menem escolheu lançar sua campanha na estação Laferrere de La Matanza, na Grande Buenos Aires, onde realizou seu último comício nas eleicões de 89.
Ele discursou durante quase meia hora, tendo atrás enormes cartazes com retratos de Juan Domingo Perón e Eva Duarte (Evita).
"A partir de agora, vamos nos dedicar à área social", disse Menem, preocupado com o estrago que o índice de desemprego de 10%, mais de 1,5 milhão de pessoas, pode fazer na busca de um segundo mandato nas eleições de 14 de maio de 95.
Desde as 15 horas de sábado, os militantes menemistas começaram a ocupar uma faixa de 6 km reservada para o comício, ao som de marchas peronistas e canções populares na Argentinas, com as da baiana Daniela Mercury.
O presidente somente discursou às 18h (19h no Brasil).
O presidente Menem reuniu-se ontem com o secretário de Defesa norte-americano, William Perry, e discutiu a compra de equipamentos para as Forças Armadas argentinas.
Depois do encontro com Perry, Menem embarcou para a Síria, terra de seus pais, com uma comitiva de 150 pessoas.
O objetivo da visita é articular com o presidente sírio, Hafez al Hassad, mecanismos de paz no Oriente Médio.
A Síria defende que Israel cumpra a decisão 242 da ONU (Organização das Nações Unidas), que determina a desocupação de todos os territórios árabes conquistados durante as guerras de 1967 e 1973.
A máquina do Partido Justicialista fez questão de espalhar no local do comício milhares de faixas de sindicatos de trabalhadores, que recebem verbas do governo para apoiar a candidatura Menem.
Uma das maiores faixas próximas ao palanque presidencial era da Federação Nacional dos Cabeleireiros, referindo-se a Tony Cuozzo.
Ele é o cabeleireiro oficial de Menem e está à disposição do presidente 24h por dia.

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