São Paulo, terça-feira, 22 de novembro de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

FHC não define com atuar no congresso

LUCIO VAZ; SILVANA QUAGLIO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

FHC não define como atuar com Congresso
LUCIO VAZ
SILVANA QUAGLIO
A pouco mais de um mês de sua posse, em 1º de janeiro, o presidente eleito, Fernando Henrique Cardoso, ainda não tem definida a forma como vai se relacionar com o futuro Congresso.
Não está decidido se o presidente contará com um bloco formal ou informal de sustentação no Congresso e se terá um líder do governo ou trabalhará diretamente com as lideranças dos partidos.
O atraso nestas definições ocorreu, em parte, por causa do segundo turno da eleição.
FHC quis conhecer o novo mapa político do país para, então, traçar sua estratégia de relação com o Congresso.
O presidente nacional do PSDB, Pimenta da Veiga, reconhece que não há definição sobre a formação de um bloco formal de sustentação do governo no Congresso.
"Um bloco formal seria o ideal. Delinearia uma posição institucional e seria um apoio mais sólido ao governo. Mas não se tem bloco se todos não concordarem", argumenta.
O PFL, o PTB e o PP, que apoiaram FHC na eleição, são favoráveis à formação do bloco. Mas temem perder espaço político se as lideranças partidárias forem extintas.
A maioria do PMDB é contra a participação no bloco, embora queira apoiar o governo. O partido entende que, com oito governadores e cerca de 130 parlamentares, teria maior poder de barganha fora do bloco.
PMDB resiste
O presidente nacional do PMDB, deputado Luiz Henrique (SC), afirma que é contra a criação de um bloco formal.
"O bloco extingue as lideranças. Para o PMDB, que precisa se afirmar enquanto partido, não interessa estar misturado aos outros integrantes do bloco", diz Luiz Henrique.
O presidente do PMDB defende a criação de um conselho político, integrado pelos líderes dos partidos que apoiarem o governo.
A indicação de líderes do governo na Câmara e no Senado depende da formação do bloco e da definição do modelo de coordenação política a ser adotado por FHC.
Veiga afirma que, se o bloco for constituído, o líder do bloco será também o líder do governo. Se não houver bloco, o líder do governo poderá acumular a função de líder de partido.
Poderão existir, ainda, líderes dos partidos aliados e mais um líder do governo.

Texto Anterior: FHC e o imperador da Bahia
Próximo Texto: PMDB acerta apoio em reunião
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.