São Paulo, terça-feira, 22 de novembro de 1994
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Inflação fica estável em 3,4%, constata Fipe

MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO

Os preços subiram 3,45% em São Paulo nos últimos 30 dias terminados em 15 de novembro. Esta taxa praticamente repetiu os 3,42% da primeira quadrissemana.
Os dados são da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), que acompanha preços das famílias com renda de até 20 salários mínimos em São Paulo.
A pesquisa da Fipe mostrou que os alimentos, itens de maior peso na composição da inflação, estão subindo menos. Na segunda quadrissemana acumularam alta de 6,45%, contra 6,78% na anterior.
A pressão menor dos alimentos, no entanto, foi neutralizada pela alta de vestuário (1,79%), serviços domésticos (9,92%), serviços pessoais (4,56%) e alimentos fora do domicílio (7,58%).
A taxa de inflação está elevada, mas este patamar está sendo sustentado por poucos itens na avaliação de Juarez Rizzieri, coordenador do Índice de Preços ao Consumidor da Fipe. Os principais são alimentos e aluguel.
Os alimentos, após forte aceleração devido à entressafra e à estiagem prolongada neste segundo semestre, começam a subir menos. A redução ocorreu principalmente entre os alimentos semi-elaborados, que ficaram 10,84% mais caros para os paulistanos nesta quadrissemana (12,12% na anterior).
Esta pressão menor dos alimentos deve continuar nas próximas semanas, uma vez que os preços estão recuando no atacado. O índice da Fipe ainda não está mostrando toda esta desaceleração, principalmente da carne, porque sempre compara preços dos últimos 30 dias em relação aos 30 imediatamente anteriores.
Se os alimentos vão continuar pressionando menos, o mesmo não ocorrerá com vestuário e aluguel.
O item vestuário sobe devido à chegada da coleção primavera-verão nas lojas. Rizzieri não prevê, no entanto, aumentos exagerados para o setor.
Já a escalada de preços dos aluguéis se deve à renegociação dos contratos, em vista da mudança da periodicidade mínima dos reajustes para um ano. Os aluguéis devem terminar novembro com aumento acumulado de 65% desde a implantação do real.
A demanda por bens de consumo de maior valor pode estar diminuindo. Os pesquisadores da Fipe constataram pressão menor nos preços dos carros e linhas telefônicas. Os preços dos carros subiram 1,92% na segunda quadrissemana, contra 3,9% na anterior.
Já a aquisição de linha telefônica subiu 0,5%, contra alta de 2,98% na primeira quadrissemana.
Os 3,45% de inflação podem ter sido a maior taxa do Plano Real deste ano. Na avaliação de Rizzieri, a tendência é de queda. Em novembro, a taxa fica próxima a 3%.
IGP
No Rio, a Fundação Getúlio Vargas informou que o IGP-10 fechou em 2,95% para o período de 11 de outubro a 10 de novembro. O índice anterior havia chegado a 1,63% e o de setembro, a 2,71%.
No IGP-10, que tem a mesma metodologia do IGP tradicional e do IGP-M, os preços no atacado variaram 3,11%, ao consumidor 3,14% e de construção, 1,32%.

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