São Paulo, terça-feira, 22 de novembro de 1994
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Passeata pró-Arafat reúne 10 mil

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Cerca de 10 mil pessoas participaram ontem de uma manifestação de apoio a Iasser Arafat em Gaza. Centenas de manifestantes armados dispararam para o ar.
Hoje é o referendo sobre a Autoridade Nacional, o referendo da OLP. O estado de alerta continua e os olhos estão abertos. Vocês são os defensores da segurança, discursou o líder palestino.
Eu digo a todos os conspiradores que recebem ordens de fora... sangue palestino é sagrado.
A Autoridade Nacional Palestina –presidida por Arafat– e o Hamas acusam-se mutuamente pelo confronto que deixou 14 mortos e cerca de 200 feridos sexta-feira.
Segundo testemunhas, a polícia palestina disparou contra manifestantes que jogavam pedras nos policiais. Já a Autoridade Palestina diz que os manifestantes dispararam contra a polícia.
Arafat e os radicais do Hamas se aproximaram de um acordo para reduzir a tensão na região.
Mediadores israelenses de origem árabe disseram que os dirigentes do Hamas concordaram em retirar a exigência de que Arafat assumisse responsabilidade pelo confronto da semana passada.
O Hamas teria aceito uma cláusula que prevê a formação de uma comissão com 20 integrantes para investigar o incidente.
Mas o médico Majmud al Zahar, um dos líderes do Hamas, negou a existência de um acordo com a Autoridade Palestina.
Para Al Zahar, o Hamas concordou com algumas das cláusulas, mas exige que Arafat assuma responsabilidade pelo incidente.
As cláusulas não prevêem o desarme dos radicais do Hamas. A Autoridade Palestina também teria se comprometido a libertar manifestantes detidos na sexta-feira.
Arafat está sendo pressionado por Israel para reprimir as atividades do Hamas e da Jihad Islâmica –grupos opostos ao acordo de paz com Tel Aviv que levou à autonomia palestina na faixa de Gaza e na cidade de Jericó (Cisjordânia)
Mas essa repressão pode fazer o líder palestino ser identificado com o antigo ocupante israelense, o que corroeria sua base de apoio e poderia levar a faixa de Gaza a um estado de guerra civil.
Arafat deve encontrar-se dia 24 com o premiê de Israel, Yitzhak Rabin. Os dois vão receber o Prêmio Príncipe de Astúrias de Cooperação Internacional na Espanha).
Num encontro com o presidente Bill Clinton e o secretário Warren Christopher, o premiê israelense pediu dinheiro para Israel e para a Autoridade Nacional Palestina.
Segundo Rabin, a ajuda internacional é fundamental para que Arafat possa demonstrar aos palestinos que o acordo de paz vai permitir a melhoria nas condições de vida em Gaza e Jericó.

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