São Paulo, sexta-feira, 25 de novembro de 1994
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Militar diz que vai evitar revista em criança

FERNANDO MOLICA

FERNANDO MOLICA; FERNANDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DO RIO

O porta-voz da "Operação Rio", coronel Ivan Cardozo, disse ontem que, "em princípio", crianças não deverão ser mais revistadas por soldados das Forças Armadas.
Ele afirmou que o Estatuto da Criança e do Adolescente impede que menores sejam vítimas de "vexame ou constrangimento". "Queremos evitar que isso ocorra", afirmou.
Cardozo procurou enfatizar que o comando das operações está interessado em evitar violações a direitos constitucionais. Segundo ele, "qualquer procedimento inadequado será corrigido".
Apesar dessa disposição, Cardozo anunciou que, durante uma ação ocorrida ontem, três suspeitos foram "detidos para averiguações". Este tipo de detenção foi criticada pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).
Além das detenções, Cardozo disse que, em operação do Exército em Ramos (zona norte), houve a prisão de uma pessoa em flagrante e a apreensão de um veículo roubado, munição de 9 mm, um celular "e outros itens menores".
O porta-voz disse que outra atividade ocorrida ontem foi feita pela PM no morro do Barbante, em Campo Grande (zona oeste). Segundo ele, houve apreensão de "várias armas" na operação.
A entrevista de Cardozo foi marcada por respostas evasivas. Ele disse que a Operação Rio poderá ser levada às fronteiras do país e que nada impede contatos do comando com as polícias de outros Estados.
Na mesma linha, não descartou a possibilidade de agentes do Exército estarem atuando no interior do Estado em busca de traficantes que teriam deixado o Rio.
Cardozo afirmou que, de acordo com informações que atribuiu à PM, houve uma "sensível redução" na criminalidade na zona sul do Rio. Ele, porém, disse não ter os números que poderiam confirmar essa queda.

Colaborou FERNANDO RODRIGUES, enviado especial ao Rio

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