São Paulo, sexta-feira, 25 de novembro de 1994![]() |
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Governo quer esconder perdas do Banco do Brasil
GUSTAVO PATÚ
A regra, a ser examinada pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) na próxima quarta-feira, expurga do balanço do BB os efeitos da queda do dólar, que caiu de R$ 1 até R$ 0,83 nos últimos quatro meses e meio. Esse efeito comprometeu ainda mais a situação financeira do BB, que possui créditos em dólar de cerca de US$ 5 bilhões de suas agências no exterior. Os grandes bancos privados, incluindo Bradesco e Itaú, chegaram a registrar uma redução na rentabilidade após o real, mas nenhum deles ficou no vermelho. O BB não cumpriu o cronograma de ajustes elaborado pela equipe econômica, que previa o fechamento de pelo menos 188 agências deficitárias e a redução da inadimplência de seus devedores. Ao contrário do que determina a legislação, o BB não envia seus balancetes mensais ao Banco Central desde julho, nem publicou o balanço trimestral exigido pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários). Segundo os estudos do BB, o expurgo do efeito cambial poderia compensar os prejuízos pós-real, deixando um pequeno déficit em julho e lucros a partir de agosto. A Folha revelou em setembro que o BB acumulava prejuízos da ordem de R$ 500 milhões nos dois primeiros meses após o lançamento do real, gerados principalmente pela inadimplência. Os principais devedores em atraso do banco são os produtores rurais, que tiveram suas execuções suspensas devido a um acordo político entre o governo e o grupo de parlamentares ligados ao setor agrícola. Texto Anterior: Os novos pioneiros - 6 Próximo Texto: Empresa ganha pocesso de dumping de produto indiano Índice |
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