São Paulo, sábado, 26 de novembro de 1994
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Governador sanciona venda de ações de estatal

DA "FT" E DA REPORTAGEM LOCAL

O governador Luiz Antonio Fleury Filho (PMDB) sancionou o projeto de privatização parcial da Eletropaulo menos de 48 horas depois de sua aprovação. Ele tinha até 15 dias para sancionar a lei, mas ontem o "Diário Oficial" do Estado já publicou a decisão.
O projeto foi aprovado na madrugada de anteontem na Assembléia Legislativa por 35 votos a favor e 25 contra.
Pela lei aprovada, o governo pode vender até 1/3 das 14,7 bilhões das ações ordinárias (aquelas que dão direito a voto nas decisões da empresa) da Eletropaulo que pertencem à Fazenda do Estado.
Com a publicação da lei no "Diário Oficial", o governo Fleury já deve começar a vender os primeiros lotes de ações da empresa a partir da próxima semana.
A intenção de Fleury é vender as ações para equilibrar as finanças e começar a pagar a dívida do Estado, estimada em R$ 31 bilhões.
Preço
Segundo a assessoria de imprensa do governador, Fleury já pediu um levantamento de preço das ações, junto a consultores especializados, para estabelecer o valor mínimo das ações, que vão ser levadas a leilão.
As ações da propriedade da Fazenda do Estado usualmente são vendidas pela Banespa Corretora –foi assim com as ações da CPFL (Companhia Paulista de Força e Luz) e da Cesp (Companhia Energética de São Paulo).
Mas nem o governo do Estado e nem a corretora tinham informação sobre quem vai fazer a transação.
O governador eleito, Mário Covas, criticou a decisão de Fleury: "Eu não faria isso", afirmou. Covas discorda principalmente do fato da venda das ações ocorrer no final do atual governo. O que mais contraria Covas é a possibilidade de o dinheiro das ações servir para o pagamento de dívidas com empreiteiras –em torno de US$ 3 bilhões. O tucano queria fazer uma auditoria dessa dívida.

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