São Paulo, sábado, 26 de novembro de 1994 |
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FUP pode deixar perda de lado
LÉA DE LUCA
Antônio Carlos Spis, coordenador da FUP deu essa declaração durante uma entrevista exclusiva à Folha na noite de ontem. Spis, 44 anos, casado, é o principal interlocutor da categoria junto à Petrobrás. Nascido em Campinas (SP), é assistente administrativo da área de seleção de pessoal, onde trabalha há 20 anos. Leia a seguir os principais trechos da entrevista. Folha – O que os petroleiros pretendem renegociar? Antônio Carlos Spis – Eliminamos assuntos tabu e retomamos as negociações fora da esfera ministerial. Vamos deixar de lado pontos polêmicos como o Plano Bresser. Isso fica para ser decidido na Justiça. Aliás, o adiantamento das perdas com o plano não comtemplava toda a categoria. Parte dos aposentados e 1.100 contratados após 11 de junho de 1987 não teriam direito a esse pagamento. Agora estamos estudando uma forma de conseguir uma alternativa que seja extensiva a todos. Folha – Que argumento os convenceu a encerrar a greve? Spis – O que ocorreu foi o inverso. Nós é que conseguimos, através da demonstração de força com a greve, e com a estratégia de mobilizar parlamentares e entidades civis, vencer a inflexibilidade da empresa. Para nós, esse acordo representa um avanço. Em primeiro lugar, porque reabre as negociações. Em segundo, porque tirou a discussão do governo e do TST. Por último, ele mantém o acordo coletivo anterior, que prevê conquistas sociais, inclusive estabilidade, até o fim das negociações. Folha – Vocês acreditaram mesmo que o governo ia cumprir um acordo vantajoso para a categoria num momento político delicado como o atual? Spis – Nós negociamos aquelas cláusulas a sério, acreditando que seriam cumpridas. Nós e os ministros envolvidos também. Folha – Os ministros Ciro Gomes e Beni Veras afirmam que o salário médio dos petroleiros é de R$ 1.900. É isso? Spis – O salário médio é de R$ 933. Texto Anterior: Governador sanciona venda de ações de estatal Próximo Texto: FHC janta com "Zé Milionário" Índice |
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