São Paulo, sábado, 26 de novembro de 1994
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Especialistas fazem crítica a proibições

LM E SM
DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente da Aipa (Associação Intermunicipal de Pais de SP), Mauro Bueno, 40, critica as escolas que proíbem meninos cabeludos ou com brincos e as classifica de "preconceituosas".
Para Bueno, as regras das escolas não devem limitar os gostos pessoais dos alunos. "Se o pai permite que o filho use brinco, não é a escola que deve impedir."
Bueno afirma que as escolas querem "estabelecer uma ditadura de costumes".
Para o advogado Alex Leon Ades, as proibições impostas pelas escolas são ilegais.
"Mesmo que os pais estejam sabendo de tal disposição, entendo tratar-se de medida discriminatória, que fere princípios constitucionais, caracterizando ainda evidente constrangimento ilegal."
Segundo Nilson José Machado, professor livre-docente da Faculdade de Educação da USP, o mais importante é evitar os extremos e manter as opções abertas.
"Não é viável se chegar a um padrão único. A liberalidade máxima é o cidadão ter a opção de pensar a educação de seu filho de diferentes maneiras."
"A educação deve ser conservadora no sentido de que deve-se assumir responsabilidades", afirma.
Machado acha inconsistente o argumento de que brincos ou cabelos compridos possam distrair os alunos. "Para coisas assim desviarem a atenção é porque o que prendia a atenção era fraco."

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