São Paulo, sábado, 26 de novembro de 1994
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Câmara adia votação de projeto polêmico

LUIS HENRIQUE AMARAL
DA REPORTAGEM LOCAL

Um grupo de 30 vereadores da Câmara Municipal de São Paulo não conseguiu votar ontem o projeto de lei que concede gratificações para os funcionários da Secretária da Saúde. O presidente da Casa, Miguel Colasuonno (do PPR, partido do prefeito Maluf), não aceitou o pedido de sessão extraordinária para ontem (as sessões só acontecem de terça-feira a quinta-feira).
Os vereadores tentariam derrubar o projeto da prefeitura que concede gratificações para apenas quatro categorias da Saúde. Há uma semana, a prefeitura vem veiculando anúncio na TV acusando a Câmara de impedir a votação.
Na terça, os médicos do município fizeram um protesto contra a demora da votação.
Na quinta, a derrubada foi impedida por uma manobra de Colasuonno, que encerrou a votação sem considerar o voto de um vereador, gerando tumulto na Casa.
Se a oposição tivesse derrubado o projeto, entraria em votação outro projeto, que prevê gratificação para todas as categorias da Saúde. A prefeitura é contra o projeto, alegando que não tem dinheiro para pagar um aumento geral.
Colasuonno alegou que o regimento interno da Câmara só permite a convocação de sessões extraordinárias solicitadas com 24 horas de antecedência. "Na Câmara, estas 24 horas sempre foram interpretadas como de um dia para o outro", disse
Arnaldo Madeira (PSDB), ex-presidente da Casa.
Os vereadores decidiram solicitar a sessão extraordinária para segunda às 11h. À noite, um carro da PM levou um comunicado de Colasuonno nas casas dos vereadores aceitando a sessão. Ainda ontem de manhã, os 30 vereadores condenaram a manobra usada por ele para evitar a derrubada.
Colasuonno se defendeu afirmando que o vereador Ushitaro Kamia (PSB), cujo voto daria vitória à oposição, só teria se apresentado após a votação. Ele se recusou a mostrar à Folha a fita com a gravação da sessão.

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