São Paulo, segunda-feira, 28 de novembro de 1994 |
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Metade dos Estados é inviável, diz socióloga
VINICIUS TORRES FREIRE
A socióloga e cientista política falou sobre o tema na última conferência do encontro da Associação Nacional de Pós-Graduação em Ciências Sociais (Anpocs). Segundo a cientista política, o "momento de ruptura" pelo qual passa o país, uma crise de 15 anos, exige um "consenso a ser obtido através do debate". Essa ruptura é com a história do Estado desenvolvimentista, o qual teria obtido "sucesso em promover o crescimento", segundo Aspásia, mas teria perdido sua razão de ser diante do novo panorama econômico mundial. Enquanto este Estado se desmantela, o país se fragmenta política e economicamente, o que impede o estabelecimento de um novo projeto nacional. O Orçamento é picotado por milhares de emendas e há multiplicação de partidos e Estados e municípios inviáveis, por exemplo. Diante disso, a tarefa dos intelectuais seria debater soluções para a criação de um novo modelo. A cientista política considera que a Constituição é usada como "biombo para o imobilismo". Apesar dos problemas que reconhece na Carta, Aspásia constata problemas na interpretação do texto constitucional, lido a partir de perspectivas fragmentadoras –corporativas, por exemplo. Segundo ela, a estabilidade no emprego do funcionalismo público é apenas um princípio para dar continuidade administrativa à burocracia e não um dispositivo para garantir incondicionalmente empregos de pessoal inoperante. O antropólogo Gilberto Velho foi eleito anteontem o sucessor de Aspásia na presidência da Anpocs. Texto Anterior: Governo cancela 75 projetos da Sudene Próximo Texto: Sociólogos discutem democracia na Folha Índice |
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