São Paulo, segunda-feira, 28 de novembro de 1994
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PF investiga 'conexão política'

DA AGÊNCIA FOLHA, EM TABATINGA (AM)

A Polícia Federal do Amazonas investiga a conexão entre traficantes e políticos brasileiros e colombianos que têm ligação estreita de parentesco entre si.
Segundo Mauro Spósito, superintendente da PF, o narcotráfico em Letícia/Tabatinga pode estar procurando apoio político garantindo representantes no Legislativos e Executivo para assegurar privilégios que favoreçam transações internacionais.
Um dossiê reservado da PF, obtido pela Agência Folha, revela a ligação familiar entre políticos e candidatos amazonenses e os principais chefes do tráfico na região.
No documento aparecem duas famílias: os Graça (brasileiros), e os Guzman (colombianos).
No Brasil, o chefe do narcotráfico na região Norte é Antonio Graça, o Curica. Está foragido.
Na Colômbia, o chefe do cartel de Letícia chama-se Vicente Rivera Gonzales.
Curica é primo do prefeito de Benjamin Constant, Floriano Ramos Graça (PMDB). Sua irmã Alzira foi presa em Portugal em 90, pega com 200 quilos de cocaína.
Segundo a polícia de Portugal, no pacote que escondia a droga foi achado papel com o carimbo "Irmãos Graça Ltda." e "Floriano Ramos Graça – Prefeito".
Em 90, Floriano Graça ainda não havia sido eleito.
O prefeito disse que nada tem a ver com os negócios de seu primo. "Nunca mexi com drogas."
Em Manaus, o representante da família Graça é Manuel Tavares da Graça, candidato derrotado a deputado estadual pelo PP.
Paixão é irmão de José Tavares da Graça, preso em agosto de 93 em Belém (PA) com 435 quilos de cocaína. É também primo de Curica e de Floriano Graça.
O elo entre a família colombiana e a brasileira é Carlos Alberto Guzman Graça, preso em 92 em Manaus. Ele é primo de Curica.
A família Guzman concorre à Prefeitura de Letícia através de Willian Guzman, o Pitu Cano.

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