São Paulo, segunda-feira, 28 de novembro de 1994
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Advogados alegam semelhança física

DANIELA PINHEIRO

Os reconhecimentos feitos pelas testemunhas do massacre são contestáveis, segundo os advogados de defesa.
A semelhança física entre Breno e Alessandro Bandeira –que foi julgado e condenado a 16 anos de prisão– poderia ter confundido as testemunhas.
Ambos tinham cabelo comprido, a mesma altura e usavam roupas de estilo parecido.
Na ocasião em que foram levados à delegacia para serem identificados, Alessandro já estava de cabelos curtos. O único "cabeludo" do grupo era Breno.
O depoimento do porteiro José Ataliba Torres também confirma a versão de Breno. Ele afirmou à polícia ter visto Breno voltar para casa com a mãe às 18h15 carregado de pacotes do supermercado.
Outro forte argumento da defesa é que Breno não foi citado no depoimento espontâneo prestado por Gengis Keine de Brito –que foi condenado a 20 anos de prisão– no dia posterior ao crime.
Pensando que Marco Antônio estava apenas ferido, Gengis foi à polícia e, a pedido do delegado, escreveu o nome dos dez amigos que o ajudaram a bater no estudante. Entre os nomes da lista, não estava o de Breno.
A morte de Marco Antônio teve repercussão nacional. Sua mãe, Valéria Velasco, jornalista, amiga do ministro da Casa Civil, Henrique Hargreaves, fez do crime uma bandeira contra a impunidade.
Ela compareceu à sessão do Senado em que foi aprovado o projeto de lei que transformou o homicídio qualificado (premeditado e cometido com crueldade) em crime hediondo.
Dos 11 acusados pela morte de Marco Antônio, dez foram julgados e condenados.
Entre eles, cinco menores de idade. A pena de todos soma 81 anos de prisão.
Absolvido
À época da instrução do processo, em dezembro do ano passado, Breno foi absolvido pela Justiça. O juiz Jesuíno Aparecido Rissato considerou que não haviam provas para incriminá-lo.
Ele foi morar em Fortaleza (CE). Foi orientado pelos advogados a se apresentar novamente à Justiça em outubro deste ano. Um parente deu à polícia o endereço de Breno.
Em 13 de outubro, ele foi "capturado" por policiais e trazido a Brasília algemado. Desde então está preso no Núcleo de Custódia a espera do julgamento.
(DP)

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