São Paulo, terça-feira, 29 de novembro de 1994
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Fiesp pode contestar importação via correio

ANTONIO CARLOS SEIDL
DA REPORTAGEM LOCAL

A Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) está preocupada com as implicações das importações pelos Correios no programa de estabilização.
A entidade pediu um estudo a seu departamento jurídico para decidir se vai à Justiça contra a decisão do governo de facilitar as compras via postal no exterior.
Carlos Eduardo Moreira Ferreira, presidente da Fiesp, disse que a indústria nacional sofre uma concorrência desleal das importações pelos Correios.
Há duas semanas, o governo reduziu as alíquotas de importação e ampliou para US$ 100,00 o limite de isenção de impostos para as compras por via postal.
Moreira Ferreira disse que essa "concorrência desleal" é uma ameaça a empregos no país. Para ele, a indústria nacional terá dificuldades em competir com produtos que entram no país com isenções de tributos e sem pagar ICMS.
"Os prejuízos podem ser grandes, principalmente para os setores eletroeletrônico, de perfumaria e cosméticos", afirmou.
Moreira Ferreira disse que a Fiesp vai pedir explicações ao ministro Ciro Gomes (Fazenda) sobre a abertura das importações pelos Correios. A entidade não sabe se a medida é de emergência, para atender o crescimento da demanda no fim de ano, ou permanente.
Moreira Ferreira disse que a Fiesp não é contra a abertura mas que se ressente atualmente do chamado "fator Brasil". "Não queremos reverter a abertura, mas simplesmente competir em igualdade de condições com os importados."

Porto
A Fiesp também está preocupada com o aumento das tarifas no Porto de Santos (SP). Para Moreira Ferreira, isso vai onerar os custos das empresas importadoras de matérias-primas, que poderão repassá-los para seus preços finais.
A Fiesp vai pedir uma reunião com José Milton Dallari, assessor especial de preços do Ministério da Fazenda para debater a questão das tarifas portuárias.
A Fiesp, informou seu presidente, vai enviar um protesto às autoridades portuárias contra a cobrança de uma sobretaxa sobre a movimentação de containers no Porto de Santos.
A Fiesp não concorda com a alegação de que a sobretxa é necessária devido ao aumento do movimento de cargas e ao congestionamento do porto na esteira do aquecimento da economia pós-Real.

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